O Ministério Público francês abriu um inquérito ao Paris Saint-Germain (PSG), por "discriminação baseada na etnia e na nacionalidade", após revelações sobre a política de contratações do clube parisiense, anunciou hoje fonte judicial.
Os jogadores eram divididos como 'magrebinos', 'antilhanos', 'africanos' e 'franceses', confirmou à agência AFP fonte próxima do clube parisiense, acrescentando que está em curso “um inquérito interno”.
Nos formulários, o clube tinha um retângulo para tipificar a origem das possíveis contratações, e que para os franceses existia ainda a possibilidade de acrescentar se se tratava de um jogador de raça branca.
De acordo com Serge Fournier, prospetor de jogadores para o clube na Normandia, este pedido prendia-se com o facto de não se saber a idade dos jogadores nascidos no continente africano.
O site Mediapart faz alusão a uma reunião de março de 2014, em que um dos responsáveis pelas contratações, Marc Westerloppe, terá dito que existia um “problema de estratégia do clube”, com falta de equilíbrio, “com muitos jogadores das Antilhas e africanos”.
Westerloppe já contestou as declarações, mas a publicação adianta que a reunião terá levado o clube parisiense a chamar o responsável para o repreender, embora este não tenha sido sancionado.
O PSG terá pedido o apoio de Malek Boutih, presidente do SOS Racismo, e o dirigente reconheceu a existência de “um problema real”, mas que existia um desconhecimento da direção em relação aos formulários.
Após o sucedido, o clube francês defendeu-se ao dizer que os seus critérios de seleção eram feitos com base "numa iniciativa pessoal do responsável da cédula de recrutamento do centro de formação dedicado aos territórios fora do país".
De acordo com o site MediaPart, o FootbalLeaks (investigação de um grupo de órgãos de comunicação social) revelou que o clube parisiense classificou por etnias os jovens futebolistas que estavam em avaliação pelo departamento de recrutamento, entre 2013 e 2018.