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Sporting: Suspeitos do ataque a Alcochete mantidos em prisão preventiva

O juiz de instrução criminal do Barreiro decidiu manter em prisão preventiva 38 suspeitos detidos na investigação ao ataque à equipa do Sporting, em Alcochete, segundo o despacho a que a Lusa teve hoje acesso.

Sporting: Suspeitos do ataque a Alcochete mantidos em prisão preventiva
Futebol 365

No despacho, o juiz Carlos Delca dá conta da constituição do Sporting como assistente do processo e diz que se mantêm os motivos que levaram à aplicação desta medida de coação a 38 dos 44 arguidos do processo.

"Resultam inalterados os pressupostos de facto e de direito que determinaram a sujeição dos arguidos a prisão preventiva pelo que não é necessário proceder à audição dos mesmos", lê-se no documento.

O juiz considera que está demosntrada "a existência de sério risco de fuga, de perturbação do decurso do inquérito, nomeadamente perigo para a aquisição, conservação ou veracidade da prova, de continuação da atividade criminosa e de grave perturbação da ordem e tranqauilidade públicas já evidenciadas".

Em 15 de maio, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na Academia do clube, em Alcochete, por um grupo de cerca de 40 alegados adeptos encapuzados, associados pela que agrediram técnicos, jogadores e ‘staff’.

O antigo oficial de ligação aos adeptos (OLA) do clube Bruno Jacinto está entre os arguidos presos preventivamente, sendo acusado de autoria moral do ataque, tal como o ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho e o líder da Juventude Leonina Nuno Mendes, conhecido por Mustafá, os quais estão sujeitos a apresentações diárias às autoridades.

Aos 41 arguidos que participaram diretamente no ataque - três dos quais sujeitos a termo de identidade e residência - o MP imputa-lhes a coautoria de crimes de terrorismo, 40 crimes de ameaça agravada, 38 crimes de sequestro, dois crimes de dano com violência, um crime de detenção de arma proibida agravado e um de introdução em lugar vedado ao público.

Bruno de Carvalho, Mustafá e Bruno Jacinto estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, 19 de ofensa à integridade física qualificada, 38 de sequestro, um de detenção de arma proibida e crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados. Mustafá está também acusado de um crime de tráfico de droga.

Bruno de Carvalho e Mustafá foram detidos no dia 11 de novembro, um domingo, mas seriam libertados quatro dias depois por decisão do juiz Carlos Delca, que determinou o pagamento de uma caução de 70.000 euros a cada um, além das apresentações diárias.

No seguimento do ataque, nove jogadores rescindiram unilateralmente os contratos com o Sporting, e quatro deles, Daniel Podence, Gelson Martins, Ruben Ribeiro e Rafael Leão, mantêm-se em litígio com o clube.

William Carvalho e Rui Patrício acordaram os valores para a sua saída, enquanto Bas Dost, Bruno Fernandes e Rodrigo Battaglia voltaram atrás na decisão de abandonar o clube lisboeta, que mergulhou numa das maiores crises institucionais da sua história.

Bruno de Carvalho, que à data dos acontecimentos liderava o Sporting, foi destituído em Assembleia Geral em 23 de junho e impedido de concorrer às eleições do clube de Alvalade, das quais Frederico Varandas saiu como novo presidente.

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