Cerca de mil “benfiquistas insatisfeitos” deverão manifestar-se sábado junto ao Estádio da Luz, em Lisboa, para pedir eleições antecipadas e a substituição de um presidente “sem política e sensibilidade para o futebol”, segundo a organização.
Em declarações à Agência Lusa, Helder Carretas precisou que a iniciativa foi lançada por 15 pessoas, num fórum da Internet, na semana passada, depois de em Fevereiro ter fracassado a ideia de convocar uma Assembleia Geral.
“A ideia surgiu na semana passada, depois do jogo com a Académica (derrota em casa por 3-0) e com o rumo que a equipa já estava a levar. Foi como uma bola de neve a caminhar e tinha que rebentar em alguma altura”, informou o sócio do Benfica, indicando que, na recepção ao Belenenses, da próxima semana, também poderá decorrer outra acção de protesto.
Na manifestação de sábado vão estar presentes “benfiquistas insatisfeitos”, onde se incluem sócios, simpatizantes e membros das antigas claques. “Virão adeptos do Porto e Braga”, acrescentou.
Depois da lei que regulamentou a organização de claques, nenhum desses grupos do Benfica, nomeadamente os Diabos Vermelhos e os No Name Boys, se registou oficialmente.
A iniciativa visa recolher mil assinaturas para convocar uma Assembleia Geral, de forma a solicitar eleições antecipadas.
Uma reunião magna de sócios pode ser solicitada através de 0,5 por cento de assinaturas representativas do número de sócios, pelo que bastavam 800 inscrições, segundo os dados de Dezembro último. “Mas, nós queremos ter mais margem e recolher mil assinaturas”, explicou.
“Primeiro tira-se quem está e depois logo se vê”, respondeu a mesma fonte, quando questionado se os adeptos insatisfeitos já têm um nome para substituir o presidente “encarnado”, Luís Filipe Vieira.
O dirigente é criticado “por não aceitar criticas internas, não ter política e sensibilidade para o futebol e colocar no Benfica dirigentes como Jorge Gomes e Paulo Gonçalves, conotados com o FC Porto”.
“O presidente também não dá a cara pela equipa nas derrotas”, sublinhou à Agência Lusa.
Sobre os aspectos organizativos da manifestação, Hélder Carretas indicou não ser necessário informar as autoridades porque a acção decorrerá num recinto desportivo enquanto decorrem actividades, como um jogo de futsal.
O Governo Civil de Lisboa confirmou não ter recebido até à manhã de hoje qualquer comunicação relativa a uma manifestação a realizar junto ao Estádio da Luz.
Segundo o decreto-lei de 1974, as pessoas ou entidades que pretendam realizar manifestações, reuniões ou comícios em lugares públicos ou abertos ao público devem avisar por escrito e com antecedência de dois dias o Governo Civil.
No entanto, o assessor de imprensa do Governo Civil de Lisboa alertou para o facto de a zona junto ao Estádio da Luz poder ser entendida como espaço privado.
“Mas, quem de direito está atento a estas coisas para qualquer eventualidade”, afirmou à Lusa Jorge Andrew.