O antigo dirigente do Benfica Manuel Boto afirmou hoje que compete a Luís Filipe Vieira saber se tem condições para continuar à frente do clube, mostrando-se ainda contrário à escolha de Rui Costa para director desportivo.
''Acho uma má opção. Falta-lhe distância para ser líder. Deveria primeiro fazer um compasso de espera, fazer a transição por outras funções e regressar daqui a cinco ou seis anos, quando já não tiver na equipa os colegas”, comentou Manuel Boto, à margem do Estoril Open em ténis.
O antigo membro do Conselho Fiscal na direcção de João Vale e Azevedo sugeriu que Rui Costa optasse por ser “representante internacional” do clube e só depois assumisse a direcção desportiva do clube.
Mais reservada é a sua opinião sobre a continuação do actual presidente: “Ele é que deve saber. Foi eleito por mais de 90 por cento dos votos. Ele é que sabe se tem de continuar, mas o Benfica não se esgota em Filipe Vieira. Há muito gente boa no Benfica”.
Manuel Boto disse ainda acreditar que o principal problema do futebol do Benfica “não passa pela mudança de treinador” e deixou uma crítica velada aos jogadores do plantel: “Tem de haver uma reestruturação da filosofia. Têm de pensar que o Benfica é um fim e não um meio. Não é uma plataforma para uma transição de carreira”.
Sobre a chamada mística benfiquista, Manuel Boto também foi claro: “Ela nasce de dentro para fora, com vitórias e com gente que conhece o clube por dentro”.
O defesa central brasileiro David Luiz, a recuperar de uma lesão, também visitou o torneio e, sobre o actual momento da equipa, admitiu que o Benfica atravessa uma situação “difícil” e que gostaria de “estar a jogar”, mas “só Deus sabe” quando poderá regressar.