O presidente da federação afegã de futebol, Keramuddin Karim, e mais quatro dirigentes, foram esta sexta-feira notificados de que estão impedidos de sair do país, no âmbito das acusações de abusos sexuais contra jogadoras da equipa feminina.
O procurador-geral afegão colocou os cinco dirigentes numa lista que os impede de viajar para fora do país, “na sequência de acusações de abusos sexuais contra jogadoras”, pode ler-se numa comunicação do porta-voz, Jamshid Rasooli, divulgada na rede social Twitter.
O caso foi revelado pelo jornal britânico The Guardian em novembro, com novas revelações na quinta-feira, depois de uma das jogadoras revelar, sob anonimato, que tinha sido ameaçada com uma pistola pelo presidente, depois de ter sido violada.
“Quando recuperei os sentidos, as minhas roupas tinham desaparecido e havia sangue por todo o lado”, contou, acompanhando o relato de outra atleta, que afirmou que Karim a tinha ameaçado com a remoção da língua.
A antiga capitã da seleção Khalida Popal, que fugiu do país em 2011 por ter recebido ameaças de morte, disse ao jornal britânico que recebeu vários relatos de abusos sexuais por membros da federação, incluindo o presidente.
O comité de ética da FIFA suspendeu o líder afegão por 90 dias, após uma situação que já levou o presidente daquele país, Ashraf Ghani, a pedir uma investigação judicial a um caso que o deixou “chocado”, por não “tolerar qualquer violência sexual”.