O ponta-de-lança brasileiro Mário Jardel, que actuou no FC Porto, Sporting e Beira-Mar, confessou hoje que parou de jogar por ser viciado em cocaína, mas que não consome há dois meses.
Em entrevista exclusiva a um repórter brasileiro, Jardel afiançou que o maior sonho é voltar aos relvados, de “preferência num clube grande, como o Vasco ou o Grémio” e que não é exemplo para ninguém.
“Quero recomeçar a minha vida, estou a treinar. Não sirvo de exemplo para nenhuma criança. Eu digo a quem me escuta agora: não façam o que eu fiz. Estou a recomeçar e, se Deus quiser, vai dar tudo certo. Estou dando esta entrevista, abrindo o meu coração e reconhecendo meus erros. A coisa mais bonita do mundo é reconhecer os nossos erros”, disse o avançado brasileiro.
Na origem da “descida ao infernos” está a “separação (de Karen Jardel)” e consequente “depressão, bem como as más amizades”.
No entanto, o goleador admitiu que “só usava uma droga, que era a cocaína, e que enquanto estava a jogar, não usava, só nas festas, não fazendo muito tempo” que consumiu pela última vez.
Jardel foi dispensado do Newcastle Jets, clube da A League (campeonato australiano de futebol), a 13 de Fevereiro deste ano, depois de, ao longo de cinco meses, ter sido pouco utilizado.
Antes de ingressar no campeonato australiano, “Super Mário” passou pelo Old Boys, Beira-Mar, Góias, Alavés, Newell’s, Palmeiras, AC Anc e Bolton, clubes em que nunca se conseguiu fixar.
O brasileiro chegou a Portugal na época 1996/97 para representar o FC Porto, no qual ficou por quatro temporadas, sendo em todas o melhor marcador do campeonato (em 161 partidas contabilizou 168 golos) e contribuindo para o “tri” dos dragões (de 97/98 a 99/00), ganhando o “título” de “Super Mário”.
Na época seguinte, emigrou para a Turquia, onde vestiu a camisola do Galatasaray e se sagrou vice-campeão turco, conquistando também a Supertaça Europeia, num jogo, frente ao Real Madrid, em que apontou osdois golos dos turcos (2-1).
No ano seguinte, regressou a Portugal para integrar o plantel do Sporting e levar a equipa “leonina” à conquista do título, ficando até à temporada 2003/2004.
Com as cores de clubes portugueses, venceu duas vezes a “Bota de Ouro” (melhor marcador da Europa), em 1998/99, pelo FC Porto (no ano anterior tinha sido “Bota de Prata”) e em 2001/2002, pelos “leões”.
Jardel saiu em litígio com a equipa de Alvalade, em 2003/04, partindo para Inglaterra, onde começou a “caminhada pelo deserto”.