O treinador do Vitória de Guimarães reconheceu hoje a impotência da sua equipa frente ao FC Porto, após a copiosa derrota ante os tricampeões (0-5), que pode ditar a perda do segundo lugar na Liga de futebol.
Manuel Cajuda admitiu que a equipa sentiu o “peso” e a importância do jogo e lembrou que o Vitória de Guimarães não está habituado a “andar nestas lutas”.
O treinador admitiu ainda que o ambiente gerado na cidade terá contribuído para que os jogadores sentissem ainda mais a responsabilidade do desafio.
“Tivemos muitas dificuldades para chegar ao estádio, o autocarro demorou muito a chegar, porque estava muita gente na rua, e isso mexe com o estado anímico das pessoas”, afirmou.
Ainda assim, o treinador dos minhotos não atirou a toalha ao chão e afirmou que continua na luta pelo segundo lugar até ao “último segundo do campeonato”.
O Vitória de Guimarães pode perder o segundo lugar se o Sporting vencer ainda hoje o Marítimo e viu o Benfica aproximar-se, tendo agora apenas um ponto de vantagem sobre os “encarnados”.
O treinador vitoriano considerou também que Paulo Bento “interpretou mal” algumas declarações suas. “Recebi alguns mimos que resultaram de uma interpretação errada do que disse, porque eu falei em função da minha equipa e não para desprestigiar as outras”.
“Lamento que tenha interpretado mal as palavras, mas há já 15 anos que digo que quem se queixa de cansaço pelas provas internacionais, o melhor que tem a fazer é não se qualificar para essas provas”, frisou.
Manuel Cajuda garantiu que este resultado “não fará mossa” na equipa: “temos a consciência de que não temos o plantel mais valioso, não somos a melhor equipa do Mundo, mas o trajecto que estamos a fazer continua a ser brilhante”.
Por seu lado, o treinador do FC Porto, Jesualdo Ferreira, considerou que o Vitória acusou a ansiedade devido à importância do jogo.
“Foi notória a ansiedade nos jogadores, o peso com que jogavam, o que é normal, porque a pressão foi aumentando. A nós, competia-nos ser sérios, rigorosos e competentes”, disse.
Para o técnico portista, a “primeira parte foi equilibrada”, ao contrário da segunda: “explorómos uma quebra do Vitória de Guimarães, que pensou que teria apenas que empatar. Desorganizou-se e o FC Porto conseguiu um resultado gordo”.
Jesualdo Ferreira não esqueceu as “suspeitas” lançadas sobre o jogo. “O F.C. Porto foi igual a muitos outros jogos. Limitamo-nos a fazer o nosso trabalho. Não admito que haja menos empenho, rigor ou seriedade profissional. Ficam os parabéns ao Vitória de Guimarães porque ainda pode atingir os seus objectivos”.