A organização internacional de jornalistas Repórteres sem Fronteiras pediu esta sexta-feira às autoridades portuguesas que parem com todas os procedimentos contra o «hacker» Rui Pinto, e que as autoridades húngaras não o extraditem para Portugal.
Preso em Budapeste a 16 de janeiro, Rui Pinto é referido como um dos principais denunciantes nas revelações que levaram ao escândalo 'Football Leaks', sendo que em Portugal é acusado de acesso ilegítimo, extorsão qualificada tentada e violação de segredo.
A Repórteres sem Fronteiras (RsF) relembra, em comunicado, que Rui Pinto "está na origem de revelações maiores que levaram às autoridades de vários países de lançar investigações penais no meio do futebol".
"Através da rede European Investigative Collaborations (EIC), o denunciante contribuiu para a revelação do escândalo 'Football Leaks' em 2016 e 2018 através de vários media", acentua a Repórteres sem Fronteiras.
Em causa estavam situações como resultados combinados, dopagem, fraude e outras formas de corrupção em larga escala. Nos últimos tempos, Rui Pinto estava a colaborar com a França em casos de fraude fiscal e branqueamento.
Segundo a Repórteres sem Fronteiras, Rui Pinto foi colocado em prisão domiciliária em Budapeste (à espera da audiência que decidirá da extradição), ao mesmo tempo em que anunciou o propósito de cooperar com o Ministério Público de vários países na Europa.
Depois de destacar o "interesse público" das revelação, a RsF sustenta que "é indispensável que seja protegido e possa continuar a colaborar com a justiça".