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Boavista: Teixeira já pôs no clube «umas centenas de milhares de euros»

O presidente do Boavista afirma que já pôs do seu bolso ''algumas centenas de milhares de euros para pagamento de despesas inadiáveis'' e deu o seu aval a um empréstimo de 150.000 euros'' para pagar os salários de Janeiro aos futebolistas.

Num comunicado pessoal de 15 pontos, a que a Agência Lusa teve acesso, Joaquim Teixeira procura esclarecer notícias recentes sobre a sua ''actuação'' como presidente “axadrezado” e a da direcção do clube.

Teixeira refere ainda que “jamais” actuou sozinho e que agiu sempre apoiado no “constante aconselhamento junto da direcção, dando-lhe conhecimento de todos os passos percorridos”.

O episódio Sérgio Silva, apresentado como um investidor disponível para injectar 38,5 milhões de euros no Boavista, é um exemplo disso.

De acordo com o dirigente, a direcção e mesmo a SAD, estiveram sempre a par das conversas mantidas com Sérgio Silva.

Este chegou até ser apresentado aos jogadores e a ter um encontro com os capitães de equipa e com o próprio treinador, Jaime Pacheco, prometeu salvar o clube, até que acabou por ser detido pela Polícia Judiciária, acusado de burla e falsificação de documentos

O dirigente reconhece que ''nem sempre'' esteve em total sintonia com a restante Direcção, mas observa que ''sempre existiu solidariedade e unidade de toda a direcção''.

Notícias recentes deram conta de que haveria divisões entre os dirigentes do clube sobre o modo como este tem sido conduzido desde que Joaquim Teixeira substitui João Loureiro, em meados de Novembro.

O Boavista vive dias complicados: ainda não pagou aos jogadores o salário de Março e 60 por cento do Dezembro e possivelmente não vai conseguir pagar os ordenados de Abril, que vencem sexta-feira.

Por isso, alguns jogadores pensam rescindir os contratos com o clube depois do jogo com o Sporting, no domingo e em Lisboa, para a última jornada da Liga. Até lá, de qualquer modo, não haverá declarações públicas, mas o mal-estar é notório.

As dívidas ao fisco e à segurança social mantêm-se, isto depois de o clube, ainda no tempo de João Loureiro, ter acordado um programa de pagamento extrajudicial através do IAPMEI (Instituto de Apoio às Pequenas e Médias Empresas e a à Inovação). Por incapacidade financeira, contudo, o pagamento acabou por ser interrompido.

Acrescem dívidas a vários antigos jogadores e a um vasto conjunto de fornecedores, que se juntam a um passivo que anda perto dos 100 milhões de euros e ainda obrigatoriedade de ter de pagar aos bancos mais de dois milhões de euros por ano, por conta de um empréstimo contraído para a construção do Estádio do Bessa.

Esta foi a pesada herança que Teixeira recebeu do seu antecessor e que no citado comunicado é caracterizada como ''desastrosa situação financeira'', tanto do clube como da SAD.

O clube enfrenta a ameaça de poder ser punido pela Liga com descida de divisão, caso a Comissão Disciplinar daquele organismo dê como provado que o clube coagiu os árbitros de três jogos da época 2003-2004.

Teixeira diz que ''a situação financeira'' do Boavista ''não se agravou, bem pelo contrário, no mandado da actual direcção'' e refere que conseguiu ''a estabilização do passivo''.

Isso, garante, foi alcançado graças a uma ''actuação rigorosa, à renegociação de contratos, bem como ao facto, de, designadamente, o presidente da Direcção, ter injectado, a título pessoal, algumas centenas de milhares de euros para pagamento de despesas inadiáveis''.

O dirigente assume que cometeu um ''erro'' primário: não ter montado, à partida, uma ''estrutura financeira para melhor enfrentar os problemas'' que veio a encontrar no Boavista.

O líder do Boavista desmente também rumores de que esteja a pensar demitir-se brevemente, afirmando até que gasta ''todo o seu tempo'' a procurar ''soluções de índoles financeira sustentadas, que possam perdurar no tempo''.

No entanto, argumenta, o clube se depara agora com a ''desconfiança dos parceiros, designadamente de entidades bancárias, que, num primeiro momento prometeram apoio imediato'', mas que depois, face à situação em que o clube já se encontrava, ''retraíram-se retiraram os apoios prometidos''.

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