O futebolista do Bahrein com estatuto de refugiado na Austrália Hakeem Ali Al-Araibi, detido na Tailândia desde o final de novembro de 2018, não será libertado sob caução porque existe risco de fuga, anunciaram hoje as autoridades judiciais.
“Quando se olha para as estatísticas sobre estrangeiros em processos judiciais, eles pagam a fiança para sair e depois não aparecem no tribunal”, disse o diretor-geral da procuradoria tailandesa, Chatchom Akapin, em conferência de imprensa.
Hakeem Ali Al-Araibi, de 25 anos, detido quando se encontrava em lua-de-mel na Tailândia, foi condenado à revelia a dez anos de prisão pelo tribunal do Bahrein, acusado de danificar uma esquadra da polícia em 2012, durante protestos à margem da Primavera Árabe, que sempre negou.
Em 04 de fevereiro, um tribunal tailandês decidiu prorrogar a detenção por pelo menos dois meses do ex-futebolista da seleção do Bahrein – que corre o risco de ser extraditado para aquele país -, dando a Hakeem Ali Al-Araibi 60 dias para apresentar a sua defesa.
Uma campanha internacional que envolve o próprio governo da Austrália, onde desfruta do estatuto de refugiado político porque teme ser torturado no seu país de origem, pede a libertação do jogador e o regresso ao país de adoção.
"A Tailândia é altamente culpada na detenção de Hakeem, mas ainda tem o poder de contornar o processo judicial e tomar a decisão de mandá-lo para casa na Austrália", disse em comunicado o coordenador para os refugiados da Amnistia Internacional, Graham Thom.