A nova Autoridade para a Prevenção e Combate à Violência no Desporto (APCVD) vai estar "seguramente" em plena atividade na nova temporada desportiva, assegurou hoje o presidente da entidade recém-criada, Rodrigo Cavaleiro.
Em declarações à margem de uma audição pública sobre alterações legislativas na área do Desporto, nomeadamente no capítulo dos treinadores e da violência, realizada na Assembleia da República, o oficial da Polícia de Segurança Pública (PSP) designado para a liderança da APCVD subscreveu também o apelo do presidente da Federação Portuguesa de Futebol para a garantia de meios no cumprimento da ação.
"Não se trata apenas de dar competências à nova Autoridade, trata-se de dotá-la dos meios, sejam eles humanos ou materiais, adequados ao cumprimento da missão, independentemente do número que esteja aqui em causa", disse, quando questionado sobre as notícias que davam conta do número de elementos integrados na nova estrutura: 20.
Sem deixar de salientar o "debate positivo" e os contributos "de uma perspetiva multi-institucional", Rodrigo Cavaleiro manifestou-se confiante na capacidade de os legisladores conciliarem as distintas visões que foram hoje expressadas na audição pública em diversos temas.
"É um processo que está ainda em curso. Estamos interessados em perceber o curso que este processo legislativo vai tomar e também estar à altura dos desígnios que esta lei atribui a esta nova Autoridade. É cauteloso aguardar o decurso deste processo legislativo e estamos bastante curiosos para o curso e para o papel que vamos tomar", frisou.
O presidente da APCVD, que terá cerca de 20 funcionários e ficará instalada em Viseu, garantiu que o organismo já está a trabalhar num regime de proximidade com o Instituto Português do Desporto e da Juventude (IPDJ), mas rejeitou revelar um prazo para o arranque da ação efetiva da instituição.
"A lei determina já essas funções, mas é um período de transição que tem de ser acautelado. O prazo existe internamente, mas neste momento preferia remeter-me aos estudos de implementação que estamos a fazer", explicou, evitando classificar o ambiente atual no desporto português, em particular no futebol: "É a realidade que temos e com a qual não podemos compactuar enquanto entendermos que há coisas a fazer para melhorar".
Rodrigo Cavaleiro foi coordenador do Ponto Nacional de Informações sobre Futebol, do Departamento de Informações Policiais da Direção Nacional da PSP, é membro da Direção do Comité Permanente de Acompanhamento da Convenção Europeia sobre a violência no desporto, do Conselho da Europa, e chefe da delegação nacional no mesmo Comité.