O Tribunal de Ponta Delgada condenou hoje um antigo dirigente do clube desportivo açoriano Santa Clara a três anos de prisão, com pena suspensa, por um crime de abuso de confiança agravada.
O arguido Pedro Castanheira, que não esteve presente no julgamento nem na leitura do acórdão, viu a sua pena ser suspensa na condição de pagar, no prazo de um ano, 150 mil euros ao clube açoriano, que milita na Liga de Honra de Futebol.
Este caso remonta a Fevereiro de 2003, quando Pedro Castanheira, segundo a acusação, desviou do Santa Clara 150 mil euros referentes ao pagamento da segunda prestação do passe desportivo do avançado Ceará a um clube brasileiro.
Segundo o tribunal, entre 2002 e 2004, Pedro Castanheira trabalhou como director desportivo do Santa Clara, funções que lhe permitiam ''ter acesso a cheques e dinheiro para pagamentos de salários''.
De acordo com o tribunal, Pedro Castanheira agiu de forma deliberada com a intenção de se apropriar dos 150 mil euros, sabendo que a mesma quantia não lhe pertencia.
Na sua decisão, o tribunal teve em conta a forma aligeirada como se processavam os pagamentos no clube, a dedicação do arguido dispensada ao clube e a participação activa na projecção desportiva do Santa Clara, nomeadamente na subida até à I Liga de futebol.
''O destino do dinheiro é por todos desconhecido'', um facto sublinhado durante a leitura do acórdão.