Um eventual ''cartão vermelho'' da União Europeia de Futebol (UEFA) ao FC Porto, expulsando os ''dragões'' da Liga dos Campeões devido ao processo disciplinar ''Apito Final'', custará cerca de 15 por cento do orçamento da equipa profissional.
Em jogo estão, pelo menos, 8,4 milhões de euros, correspondentes às receitas mínimas que um clube pode conseguir na ''Liga Milionária'' face aos cerca de 60 milhões de euros que os ''dragões'' deverão gastar com o futebol sénior na próxima temporada.
O FC Porto tem até 03 de Junho para se pronunciar junto do Comité de Controlo e Disciplina da UEFA e o organismo tomará uma decisão, em primeira instância, em 04 de Junho.
Em causa está a condenação do FC Porto por dois actos de tentativa de corrupção, sentença da Liga Portuguesa de Futebol Profissional que não mereceu recurso dos tricampeões nacionais e que pode colidir com um dos critérios de admissão da UEFA nas suas competições.
A alínea d) do ponto 1.04 do Regulamento de Competições da Liga dos Campeões impede a inscrição de um clube que ''esteja ou tenha estado envolvido em alguma actividade relacionada em combinar ou influenciar o desfecho de um jogo, a nível nacional ou internacional''.
A maior prova europeia de clubes proporciona aos ''emblemas'' participantes na fase de grupos três milhões de euros, mais outros 400 mil euros por cada jogo da fase de grupos (2,4 milhões, no total das seis partidas), além de 600 mil euros por cada vitória e de 300 mil euros por cada empate.
No pior cenário, se o FC Porto se ficasse pela primeira fase da competição, teria direito a algo como 8,4 milhões de euros, já contabilizando as receitas de bilheteira dos três encontros disputados no Estádio do Dragão, que ''produzem'' perto de um milhão de euros cada, mas os ''azuis-e-brancos'' conseguiram sempre melhores desempenhos nas últimas cinco épocas - só se ficaram pelos grupos na temporada de 2005/06.
Nos últimos quatro anos, o FC Porto apurou-se três vezes para os oitavos-de-final da prova, sendo contudo eliminado pelos alemães do Schalke04 (2008), os ingleses do Chelsea (2007) e os italianos do Inter de Milão (2005).
Aos 16 clubes que chegam aos ''oitavos'', a UEFA atribui mais 2,2 milhões de euros, perfazendo um total de quase 12 milhões de euros de receitas, sem contar com as ''migalhas'' das vitórias e dos empates e de outras receitas sobre os direitos de difusão nos próprios países.
Os ganhos crescem à medida que a prova avança e os 12 milhões de euros podem ascender a cerca de 16 milhões para as equipas que atingem os quarto-de-final, seguindo-se novo ''prémio'' de três milhões de euros nas meias-finais.
Na final, à qual o FC Porto chegou em 2004, vencendo o troféu diante dos franceses da AS Mónaco, a UEFA distribui sete milhões de euros ao campeão e quatro milhões de euros ao finalista vencido, excluindo as verbas da bilheteira e dos direitos de difusão.