O AC Milan denunciou hoje a ocorrência de "graves episódios racistas" após o jogo de quarta-feira frente à Lazio, para a Taça de Itália em futebol, que visaram o médio francês Tiémoué Bakayoko.
"O AC Milan tem o dever de denunciar junto das mais altas instâncias desportivas os graves episódios racistas verificados ontem (quarta-feira), tanto no exterior como no interior do estádio", escreve o clube em comunicado.
Na quarta-feira, em Milão, alguns adeptos da Lazio entoaram no exterior do estádio San Ciro um cântico racista visando Bakayoko ("Esta banana é para Bakayoko"), e que já haviam entoado durante um jogo recente contra a Udinese.
Durante o jogo, foram ouvidos gritos imitando macacos na zona onde estavam os adeptos da Lazio e que visavam Bakayoko, bem como o marfinense Franck Kessié.
A equipa milanesa disse lamentar que os representantes da federação italiana não tenham "julgado oportuno efetuar alguma coisa que pusesse um fim" aos cânticos e aos gritos e esperar que, "com a colaboração de todos, sejam tomadas medidas para que o racismo possa ser eliminado nos estádios italianos".
A Lazio entretanto já reagiu aos incidentes, num dia em que também se demarcou de um episódio em que cerca de 20 adeptos depositaram uma bandeira em homenagem ao ditador Benito Mussolini, na quarta-feira.
"A Lazio demarca-se claramente de comportamentos e manifestações que não correspondem em algum momento aos valores do desporto que o clube promove e apoia há 119 anos", escreve o clube romano, que diz ainda rejeitar e contestar "a tendência simplista de os media considerarem todos os adeptos da Lazio responsáveis por atos cometidos por alguns elementos isolados".
O porta-voz da Lazio, Arturo Diaconale, afirmou mesmo que "se houve gritos racistas, eles foram abafados pelo resto do público e o árbitro nem sequer se apercebeu de nada".
"Nós somos a parte lesada. Os estragos feitos por essa minoria prejudicam o clube e os seus adeptos. A esmagadora maioria dos apoiantes da Lazio não aceita estes episódios", adiantou.