O director de comunicação da UEFA, William Gaillard, garantiu hoje que a Federação Portuguesa de Futebol sempre manteve ''neutralidade'' no processo de admissão do FC Porto à próxima Liga dos Campeões e que Gilberto Madaíl ''nunca pressionou'' ninguém na UEFA.
''A Federação Portuguesa de Futebol manteve-se neutral em todo o processo. Nunca tentaram influenciar o Comité de Controlo e Disciplina ou o Comité de Apelo da UEFA. Sempre respeitaram a independência destes dois órgãos. Em nenhum momento a FPF interferiu com o processo jurídico'', afirmou William Gaillard, em declarações à Agência Lusa.
Gaillard foi claro na defesa da posição mantida pelo presidente da FPF no processo, reiterando que Gilberto Madaíl esteve sempre ''fora do debate'' devido à sua posição de membro do Comité Executivo da UEFA.
''O senhor Madaíl é um membro do Comité Executivo da UEFA e nunca pressionou quem quer que seja na UEFA. Ele manteve-se completamente fora do debate'', sublinhou.
Apesar de não querer comentar o teor das declarações dos responsáveis do Benfica, após ter sido conhecida a admissão do FC Porto na Liga dos Campeões, Gaillard referiu: ''Isso é um problema deles. O que posso dizer é que o senhor Madaíl não se envolveu no processo. Sempre foi neutral e tem de o ser''.
Em relação à decisão do Benfica de recorrer aos tribunais, Gaillard insistiu: ''Isso é uma decisão deles (Benfica). Não tenho nada a dizer''.
O Benfica anunciou a intenção de recorrer aos tribunais civis contra a FPF, para ser ressarcido dos danos provocados pela decisão da UEFA de admitir o FC Porto na Liga dos Campeões, pois os ''encarnados'' seriam directamente beneficiados com a exclusão dos tricampeões nacionais.
O clube lisboeta anunciou a intenção de recorrer a ''diligências judiciais'' para ''ser reposta a verdade desportiva'' e para conseguir uma ''reparação integral dos danos sofridos'' pela ''conduta negligente'' da FPF neste caso.
Uma das diligências será um processo cível em Portugal contra a FPF, que o gabinete jurídico ''encarnado'' já está a iniciar e no qual, segundo confirmou uma fonte do Benfica contactada pela Lusa, a indemnização a pedir pelo clube pode chegar aos 30 milhões de euros.