A Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF) vai tentar demonstrar ao Tribunal Federal Suíço, que suspendeu as regras sobre testosterona das atletas, a necessidade de manter as novas normas em vigor nas competições femininas, revelou hoje a entidade.
"A IAAF considera que as regras sobre 'diferenças de desenvolvimento sexual' (DSD) são um meio necessário, razoável e proporcional de proteger uma competição justa na elite feminina do atletismo, e o Tribunal Arbitral do Desporto (TAS) concorda", lê-se num comunicado hoje divulgado pela IAAF.
Esta reação surge depois de o Tribunal Federal Suíço ter suspendido temporariamente as regras da IAAF que forçam a sul-africana Caster Semenya e outras atletas hiperandrogénicas a tomar medicamentos para reduzir os níveis de testosterona.
Esta suspensão provisária do regulamento da IAAF foi decretada após Semenya ter recorrido para a justiça suíça da decisão tomada pela IAAF e permite que a corredora sul-africana participe nas competições sem qualquer restrição enquanto o seu recurso é analisado, anunciou na segunda-feira a equipa de comunicação da atleta.
"A IAAF vai procurar uma rápida reversão da ordem superprovisional de forma a que as regras sobre DSD sejam aplicadas a todas as atletas afetadas, de modo a evitar uma séria confusão entre atletas e organizadores de eventos e para proteger a integridade da modalidade", realçou a entidade que rege o atletismo mundial, vincando que vai defender a aplicação das novas regras sobre DSD junto da justiça suíça.
Segundo a IAAF, só a atleta Caster Semenya está coberta por esta decisão, que é válida apenas até 25 de junho, a data dada pela mais alta instância judicial helvética para a IAAF responder à sua decisão.
"Nenhuma outra atleta está coberta por esta ordem", sublinhou a IAAF no comunicado, no qual a entidade também salientou que não foi consultada pela justiça suíça antes da decisão ser tomada.
Semenya, que avançou para a justiça suíça na passada quarta-feira para contestar a decisão do Tribunal Arbitral do Desporto (TAS), anunciada em 01 de maio, e que apontava para a necessidade de a regra sobre a testosterona da IAAF ser cumprida, reagiu logo na segunda-feira à ordem do tribunal helvético.
"Agradeço aos juízes suíços por esta decisão. Espero que, no seguimento do meu recurso, possa voltar a correr livremente", destacou em comunicado a sul-africana.