O presidente do Paços de Ferreira, Fernando Sequeira, admitiu à Agência Lusa que o clube pode abandonar as competições durante um ano se for revogado o castigo de despromoção aplicado ao Boavista no âmbito do processo Apito Final.
Caso o veredicto do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF) seja favorável ao Boavista, Fernando Sequeira vai ao ponto de propor um ano sabático para o Paços de Ferreira, para ''repensar a estratégia'' do clube nos campeonatos profissionais.
''Se isso acontecer, é prova evidente de que não querem clubes cumpridores no futebol português. Então aí paramos e vamos pensar se não começamos a fazer a mesma coisa que os outros clubes, ou seja, comprar Cristianos Ronaldos sem ter dinheiro para lhes pagar'', disse.
Fernando Sequeira continua, porém, a acreditar que o Paços de Ferreira vai jogar na Liga principal na próxima temporada futebolística, apesar de lamentar o atraso da decisão do recurso do processo Apito Final, que despromoveu o Boavista à Liga de Honra por dois casos de coacção a árbitros.
Depois de ver mais uma vez adiada a decisão do CJ da FPF acerca do recurso do Boavista, Fernando Sequeira mostrou-se resignado: ''É pena, porque assim as coisas vão-se desvanecendo''.
Apesar disso, Fernando Sequeira ainda acredita numa decisão favorável ao Paços de Ferreira, que foi despromovido desportivamente à Liga de Honra, mas será o principal beneficiado por uma eventual confirmação da pena imposta ao Boavista, que lhe permitirá manter-se no escalão principal.
''Faltam menos de oito dias para apresentarmos o plantel e estamos a fazer as coisas para jogar na Liga. Estamos conscientes e convictos de que é na primeira Liga que vamos jogar. É impossível haver outra decisão. Não faz sentido outra decisão'', afirmou à Lusa.
O presidente do Paços de Ferreira acusou ainda o Boavista de estar a preparar a próxima época sem ter condições financeiras para tal: ''Ouço que o Boavista anda a reconstituir o plantel e ainda não pagou o que deve aos outros atletas''.
Fernando Sequeira defendeu ainda a criação de um tribunal desportivo, para acelerar as decisões sobre castigos no futebol e afirmou apoiar a Liga de clubes em qualquer decisão que tome para agravar os castigos nos casos de corrupção.
''Tudo o que for para a transparência e para credibilizar o futebol, é bom. Para que as pessoas vejam que o futebol não é marginal e para que não deixem de ir aos estádios assistir aos jogos'', justificou.