O ciclista sucede a Domingos Gonçalves, que em 2018 se tinha sagrado campeão nacional de fundo e que nesta edição terminou a prova no 18.º lugar.
O ciclista José Mendes sagrou-se campeão português de fundo, depois de um final de prova emocionante, este domingo, nos campeonatos nacionais da modalidade, em Melgaço.
O corredor, que esta temporada representa a equipa do Sporting/Tavira, e que já tinha vencido este título em 2016, acabou por revelar-se mais forte nos últimos metros do trajeto de 197 quilómetros, superando Ricardo Mestre e António Carvalho, respetivamente.
Os dois ciclistas da W52/FC Porto chegaram com dois segundos de atraso em relação ao corredor natural de Guimarães, subindo ao pódio para receberem as medalhas de prata e bronze.
"É sempre uma corrida especial, e nunca se sabe o que vai acontecer. Na parte final, proporcionou-se estar na frente, e fui buscar todas as forças para o último quilometro e felizmente conseguir vencer", disse o novo campeão nacional de fundo.
O vimaranense falou numa prova "bem disputada, muito dura, em grande velocidade e com adversários de qualidade", acreditando que este triunfo lhe dará "motivação e ânimo" para o que resta da temporada.
"Tem sido um ano em que as coisas não estavam a sair tão bem, mas, com o aproximar dos campeonatos, fui-me sentido melhor. A prova do contrarrelógio não correu com queria, mas hoje foi a maior recompensa que podia ter, e que me dá muito ânimo", vincou José Mendes.
A corrida foi sendo animada por diversas movimentações, sobretudo a partir do quilometro 50, quando um grupo, formado por Joni Brandão (Efapel), João Benta (Rádio Popular/Boavista), José Gonçalves (Katusha/Alpecin), Luís Fernandes (Aviludo/Louletano) e Frederico Figueiredo (Sporting/Tavira), andou na frente por alguns momentos.
Depois, foi a vez de Joaquim Silva e Rui Vinhas (W52/FC Porto), José Neves (Burgos BH), Hugo Nunes (Rádio Popular/Boavista), Daniel Viegas (Miranda/Mortágua), Sérgio Paulinho (Efapel), Domingos Gonçalves (Caja Rural) e Válter Pereira (Sporting-Tavira) terem a iniciativa, mas numa tentativa de fuga, que, apesar de ter conquistado quase dois minutos de vantagem, também acabou gorada, à passagem do quilometro 135.
Domingos Gonçalves (Caja Rural) e César Fonte (W52-FC Porto) ainda tentaram pegar na corrida na parte final, mas o pelotão voltou a ficar compacto na entrada para última das oito voltas ao circuito, lançando todas as decisões para os derradeiros quilómetros.
Na fase de aproximação à meta, Ricardo Mestre (W52-FC Porto) tentou surpreender e isolou-se, mas José Mendes não o perdeu de vista e nos últimos 50 metros ultrapassou o algarvio, que já não teve pernas para se defender, apesar do apoio de António Carvalho (W52/FC Porto), que também arrancou nos últimos metros, mas também não evitou o triunfo do ciclista que defende as cores do Sporting/Tavira.
"Perder custa sempre, mas dei o meu melhor e parabéns ao José Mendes que foi mais forte. Não consegui isolar-me, mas vim sempre dar o máximo, e só fui ultrapassado a 50 metros da meta, porque não tinha força para mais. O segundo lugar não me satisfaz, queria vencer", confessou, inconformado, o medalha de prata Ricardo Mestre.
Já António Carvalho, que repetiu o bronze conquistado na prova de contrarrelógio, não escondeu a insatisfação de não ter conseguido mais.
"Vinha num bom momento de forma, fiz um bom contrarrelógio, e acreditava que podia estar na discussão da corrida. Queríamos que alguém da nossa equipa [W52/FC Porto] pudesse ser campeão e acho que o Mestre [Ricardo] poderia ter sido um bom vencedor", confessou.
Além José Mendes, que venceu o título na prova de fundo, em elites, José Gonçalves, na mesma categoria, sagrou-se campeão nacional de contrarrelógio.
Nas vertentes sub-23 e feminino, João Almeida e Daniel Reis, respetivamente, estiveram em destaque ao fazerem a 'dobradinha', vencendo os títulos de fundo e contrarrelógio, nestes campeonatos nacionais de ciclismo que se realizaram em Melgaço.