A procuradora do Ministério Público (MP), Cândida Vilar, manteve esta quarta-feira na íntegra a acusação ao ex-presidente do Sporting Bruno de Carvalho, por considerar que a matéria de prova se mantém.
"Considero que a prova se mantém e não foi infirmada pelas suas declarações", afirmou Cândida Vilar, durante as alegações finais do debate instrutório do caso da invasão à Academia de Alcochete.
Por este motivo, a procuradora solicitou que o juiz mantenha a Bruno de Carvalho, como medida de coação, a obrigação de apresentações diárias.
Cândida Vilar manteve as acusações aos 44 arguidos, solicitando que várias dos detidos preventivamente passe para "obrigação de permanência na habitação com vigilância eletrónica (OPHVE)", entre os quais Bruno Jacinto, antigo oficial de ligação aos adeptos.
As alegações finais do debate instrutório prosseguem na segunda-feira, com a argumentação dos advogados de defesa.
Aos arguidos que participaram diretamente no ataque à Academia do Sporting, em Alcochete, em 15 de maio de 2018, o MP imputa-lhes na acusação a coautoria de crimes de terrorismo, de 40 crimes de ameaça agravada, de 38 crimes de sequestro, de dois crimes de dano com violência, de um crime de detenção de arma proibida agravado e de um de introdução em lugar vedado ao público.
O antigo presidente do clube Bruno de Carvalho, Mustafá, líder da claque Juventude Leonina, e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos, estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 de ofensa à integridade física qualificada, de 38 de sequestro, de um crime de detenção de arma proibida e de crimes que são classificados como terrorismo, não quantificados. Mustafá está também acusado de um crime de tráfico de droga.