Portugal sagrou-se hoje campeão mundial de hóquei em patins, em Barcelona, ao vencer a Argentina no desempate por grandes penalidades (2-1, após 0-0), num jogo em que o guarda-redes Ângelo Girão foi enorme na baliza.
A seleção portuguesa, que quebrou um jejum de 16 anos sem erguer o troféu, chegou ao seu 16.º título mundial, e ficou apenas a um da anfitriã Espanha, que soma 17 e que na sexta-feira foi afastada nas meias-finais pela ‘equipa das quinas’.
Numa partida equilibrada e emotiva, a falta de eficácia portuguesa na concretização foi compensada pela atuação de Ângelo Girão entre os postes, em que defendeu praticamente tudo, principalmente quatro penáltis no desempate.
O encontro, que registou a ausência de Jorge Silva, por ter visto três cartões azuis, principiou com ambas as seleções preocupadas com os seus processos defensivos, com receio de cometer erros, e a tentar explorar a meia distância.
A final principiou com oito jogadores em pista que jogaram na última época no campeonato português, e com a primeira situação de perigo a surgir pelo sportinguista Gonzalo Romero, aos 09 minutos, com um remate ao ferro da baliza de Ângelo Girão.
O jogo abriu, ganhou velocidade e, em poucos minutos, sucederam-se as situações de golo em ambas as balizas, por David Paez, aos 12, e Matias Pascual, aos 14, para a Argentina, e por Telmo Pinto, aos 13, e Gonçalo Alves, aos 17, para Portugal.
Aos 18 minutos, Rafa pegou mal na bola no momento do remate e falhou a hipótese de fazer funcionar o marcador e, na jogada seguinte, o guarda-redes Ângelo Girão defendeu uma grande penalidade e negou o golo, por duas vezes, ao benfiquista Lucas Ordónez.
Hélder Nunes, aos 20 e 25 minutos, colocou à prova os reflexos do guarda-redes Valentin Grimalt, dos poucos jogadores argentinos que não joga em Portugal, e o capitão Carlos Nicolia, do Benfica, viu o gigante Girão negar, uma vez mais, o golo, aos 24.
A segunda parte principiou como acabou a primeira, com duas situações de perigo para ambas as balizas, por Telmo Pinto, aos 26 minutos, num contra-ataque rápido, e por Lucas Ordóñez, aos 28, com um remate à meia volta na área lusa.
O perigo voltou a rondar a baliza portuguesa aos 30 minutos, mas o guarda-redes Ângelo Girão voltou a negar a hipótese de golo ao argentino Carlos Nicolia, por duas vezes, que falhou a tentativa de converter um livre direto, bem como a recarga.
Aos 32 minutos, Hélder Nunes não conseguiu converter em golo um livro direto, negado por duas vezes por Valentin Grimalt, e apesar de dispor de dois minutos com mais um jogador na pista, por Lucas Ordóñez ter visto o cartão azul, a seleção das ‘quinas’ não conseguiu tirar partida da vantagem.
Tirando partido de algum desacerto da seleção portuguesa, a Argentina dispôs, de seguida, de várias situações de perigo, uma das quais embateu no ferro da baliza de Ângelo Girão, por Carlos Nicolia, Matias Pascual e Gonzalo Romero.
Um contra-ataque rápido da seleção portuguesa foi transformado na décima falta de equipa e livre direto, mas Ângelo Girão voltou a vestir o fato de super-herói e, com nervos de aço, voltou a negar a hipótese de golo a Pablo Alvarez.
A igualdade a zero manteve-se no final do tempo regulamentar e o jogo arrastou-se para o prolongamento, período em que o guarda-redes Ângelo Girão, aos 53 minutos, voltou a ser enorme, ao defender duas grandes penalidades seguidas a Carlos Nicolia.