O livro ‘Agente de jogadores – mais-valia ou um mal necessário’ evoluiu de uma tese de mestrado para um documento que tem como objetivo revelar à sociedade a atividade dos empresários e a mais-valia que podem constituir no ‘desporto-rei’.
A ambição de “trabalhar no mundo do futebol” aliada ao “fascínio pela vertente da gestão de carreiras e de clubes” foi o mote para Pedro Nogueira recolher depoimentos de várias figuras ligadas ao futebol - entre presidentes, agentes, jogadores e diretores desportivos -, compilar testemunhos e arrancar com uma obra que é hoje apresentada, em Lisboa.
“Tinha de fazer uma tese para concluir o mestrado e escolhi como tema a relevância do agente, até que ponto pode ser uma mais-valia para os atletas e, indiretamente, para os clubes”, revelou Pedro Nogueira à agência Lusa.
Licenciado em gestão de empresas e com mestrado em gestão do desporto, Pedro Nogueira, que trabalha para uma marca desportiva italiana, confessou que “uma das grandes motivações foi o facto de não existir qualquer tipo de documento sobre o tema” e sobre o “valor que um agente pode aportar para os clubes e jogadores”.
“Essa ausência de informação alimenta uma visão negativa sobre a atividade e a névoa que paira sobre este tema. Isso também acabou por ser uma grande motivação. Existindo informação séria, já contribui para aclarar a atividade. Acaba por ser esclarecedor para o leitor, adeptos, para quem se interesse pelo fenómeno desportivo”, referiu.
De resto, o autor, de 28 anos, lembrou que “segundo os dados do FIFA TMS [Transfer Matching System]”, o mercado do futebol “movimentou cerca de 7.000 milhões de dólares, em 2018”, razão pela qual “não faz qualquer sentido continuar a existir este desconhecimento” por um “mediador de mercado”.
Quanto à questão levantada no título do livro - “mais-valia ou mal necessário” – Pedro Nogueira, que em 2011 também tirou o curso de treinador, acredita que o papel do empresário se insere na primeira sugestão.
“Tendo em conta o propósito da atividade, pode claramente ser uma mais-valia. As pessoas podem agarrar-se a certos comportamentos desviantes e determinadas histórias, mas, a partir de determinado momento, há uma pessoa que está próxima de ti, que te permite ter a cabeça limpa, ter estabilidade na carreira, promover-te e aconselhar-te da melhor maneira”, salientou à Lusa.
Além dos jogadores, também “os clubes podem beneficiar” da existência dos agentes, embora se possam “criar alguns vícios” nesta relação.
“Para qualquer pessoa que esteja relacionada com um trabalho comercial, o facto de ter alguém completamente dedicado em fechar um negócio, é uma valia grande”, concluiu Pedro Nogueira.
O livro ‘Agente de jogadores – mais-valia ou mal necessário’ reúne depoimentos de várias figuras ligadas ao futebol nacional, como Antero Henrique, António Silva Campos, Bruno de Carvalho, Carlos Freitas, Catió Baldé, Luís Figo, José Veiga, Júlio Mendes, Mozer, Nuno Gomes, Paulo Futre, entre outros.