Declarações do treinador do FC Porto, Sérgio Conceição, no final da partida da segunda mão da terceira eliminatória da Liga dos Campeões de futebol, que os dragões perderam por 3-2, frente aos russos do Krasnodar.
"É ingrato e cruel sofrer um golo aos dois minutos, numa falta de atenção, depois um segundo golo, em que estávamos a atacar e nasce de dois ou três ressaltos e há uma transição do adversário, e na terceira vez que rematam à baliza, aproveitando uma descompensação, fizeram o 3-0.
A partir daí ficou difícil, mas os jogadores reagiram de uma forma fantástica, com acreditar e querer, e mesmo que por vezes com pouco discernimento, tiveram convicção de que podiam dar a volta uma primeira parte muito ingrata.
[Sobre o impacto para o resto da época] Aqui a sintonia é total, o presidente sabe que está à vontade comigo para falarmos do que for preciso.
Tenho uma força enorme, cheguei ao clube numa altura em que FC Porto não ganhava nada há quatro anos. Fomos campeões, ganhámos a Supertaça, chegámos às finais da Taça de Portugal e da Taça da Liga, e a época passada perdemos o campeonato por dois pontos, mas estivemos nos quartos de final da Liga dos Campeões.
Sobre o grupo de trabalho, equipa técnica, algum jogador que possa sair, é uma conversa que vamos ter num futuro próximo em função do que é o melhor para o FC Porto.
Eu nunca serei um problema para o FC Porto, gosto demasiado do clube para o ser.
Mas tem havido uma intoxicação inédita em relação à equipa do FC Porto. Já ando no futebol há muitos anos, mas nunca vi a forma com tentaram virar treinador contra a estrutura, a estrutura contra o treinador, os adeptos contra o treinador. Tem sido incrível.
Não foi por isso que perdemos hoje, foi por erros meus. Os jogadores deram uma resposta fantástica a uma primeira parte que foi ingrata.
Estou aqui com toda força do mundo para, a partir deste resultado, ganharmos títulos esta época. Mas isso depende do que o presidente quer para equipa.
Ninguém gosta de perder, o nosso lugar é na Liga dos Campeões e vamos estar na Liga Europa, compreendemos a tristeza e frustração dos adeptos, é a mesma que a nossa.
[sobre mexidas táticas na equipa] Não notei apatia na equipa, houve erros individuais. As coisas estavam pensadas para controlámos o jogo em ataque posicional e tendo bola, e porque sabíamos que o Krasnodar também tinha qualidade, ter gente para chegar à frente com perigo.
Os jogadores quiseram dar o melhor, mas houve erros individuais como também os há da minha parte. Somos um grupo e assumo o meu erro, dando cara.
Se voltasse a fazer a equipa para o jogo faria da mesma forma".