A justiça iraniana vai investigar a morte de uma adepta de futebol que se incendiou diante de um tribunal, após saber que poderia ir para a prisão por tentar entrar num estádio, anunciaram hoje os meios de comunicação estatais.
Segundo a agência de notícias oficial Irna, o vice-presidente, Masoumeh Ebtekar, enviou uma carta ao responsável do poder judicial a pedir que abrissem uma investigação.
Sahar Khodayari, uma adepta iraniana de futebol morreu após incendiar-se diante de um tribunal por saber que poderia cumprir uma pena de seis meses de prisão por tentar entrar num estádio, informou hoje uma agência de notícias semioficial Shafaghna.
A jovem de 30 anos era conhecida como a "garota azul" pelos meios de comunicação, por usar as cores do seu clube de futebol iraniano favorito, o Esteghlal.
A iraniana, que se formou em ciências da computação, passou três noites na prisão antes de ser libertada. Até ao momento, não foi proferido o veredicto do seu caso.
Esteghlal emitiu um comunicado, enviando as condolências à família de Sahar Khodayari.
A morte trágica chamou imediatamente a atenção de algumas estrelas do futebol e figuras conhecidas no Irão, onde as mulheres são proibidas de entrar em estádios de futebol, embora sejam autorizadas a assistir a outros desportos, como no voleibol.
O ex-central do Bayern de Munique Ali Karimi - que disputou 127 partidas pelo Irão e foi um defensor do fim da proibição de mulheres nos estádios - pediu aos iranianos, numa mensagem no Twitter, que boicotem estádios de futebol para protestar contra a morte da jovem.
O jogador de futebol irano-arménio Andranik "Ando" Teymourian, o primeiro cristão a ser o capitão da seleção nacional do Irão e também jogador do Esteghlal, disse numa mensagem no Twitter que um dos principais estádios de futebol de Teerão terá o nome de Khodayari “no futuro”.