A Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP) aprovou hoje o Relatório de Atividades e Contas, relativo à época 2018/19, com um resultado operacional positivo de 2,024 milhões, que mantém as contas no ‘verde’ pelo quarto ano consecutivo.
O documento foi aprovado, sem votos contra, pela maioria das sociedades desportivas presentes na reunião, realizada na sede do organismo, no Porto, onde apenas não se fizeram representar Desportivo de Chaves e Estoril Praia, ambos da II Liga, tendo sido registadas duas abstenções.
Segundo Telmo Viana, diretor financeiro da LPFP, o resultado obtido resulta "do esforço de todos os clubes e de uma enorme atuação criteriosa da Liga Portugal", lembrando que "os números finais atingidos superaram a previsão do orçamento para época 2018/19", que perspetiva um saldo positivo de 1,98 milhões.
Ainda nesta Assembleia-Geral foi discutida e votada uma proposta da Direção do organismo para a imputação do saldo positivo da exploração comercial das competições profissionais, no valor de 817 mil euros.
Dessa quantia, e de acordo com os regulamentos, 255 mil euros têm de ser destinados à melhoria das infraestruturas dos clubes da II Liga, que terão de apresentar candidaturas para aceder a essas verbas, sendo que o restante, 561 mil euros, será usado na criação de um fundo de contingência, aprovado pela maioria das sociedades desportivas.
"Seguindo as recomendações do Conselho Fiscal e do ROC [Revisor Oficial de Contas], os clubes, num sinal de enorme maturidade, decidiram aplicar essa verba num fundo de contingência para fazer face a situações que possam surgir", disse Telmo Viana.
O diretor financeiro da Liga lembrou que desde 2003 o organismo é "demandado num conjunto de processos judiciais e fiscais, que estão a decorrer as suas tramitações", falando na existência de "passivos contingentes de 39 milhões de euros".
"Conseguimos abater, nos últimos quatro anos, cinco milhões de euros em prejuízos herdados, mas pretendemos criar uma bolsa para prevenir situações que possam surgir. Caso o valor não seja utilizado, a Assembleia Geral irá decidir o que fazer com esse montante", explicou Telmo Viana.
A criação deste fundo de contingência não foi aprovada por unanimidade - 36 votos a favor, 5 contra e 9 abstenções -, uma vez que o Marítimo tinha outra proposta para a apresentar.
No entanto, e segundo os regulamentos, como a proposta da Direção é a primeira a ser apresentada, e foi aprovada, a proposta do emblema insular acabou por cair e nem foi discutida.
No final da sessão foi também informando que a LPFP conseguiu regularizar a totalidade da sua dívida à banca, assim com 98% dos compromissos com o Estado e 91% a fornecedores diversos.
O organismo acredita que no final da presente época vai liquidar todas as dívidas junto da Federação Portuguesa de Futebol e ao Estado.
A sessão de hoje, que não contou com a presença de António Salvador, presidente do Braga, clube que há cinco dias anunciou o abandono da Comissão Permanente de Calendários e retirou a confiança à direção da Liga, presidida por Pedro Proença.
De presidente de emblemas da I Liga apenas estiveram presentes os, Carlos Pereira, do Marítimo, António Silva Campos, Rio Ave, Armando Silva, Desportivo das Aves, e Francisco Dias, do Gil Vicente.