O Boavista assegurou hoje a participação na Liga de Honra de futebol, ''resolvidas todas as questões que impediam a inscrição de jogadores'', assegurou a administradora do clube, Adelina Trindade Guedes.
No último dia do prazo para regularizar a participação nos campeonatos profissionais, o Boavista inscreveu 19 jogadores, mais sete do que os exigíveis, tendo a documentação sido entregue pela própria administradora.
À entrada da sede da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), Adelina Trindade Guedes referiu que o desfecho do processo, ''com todas as dificuldades conhecidas'', representa ''uma vitória para o actual conselho de administração''.
Os 19 jogadores serão apenas os primeiros a regularizar a sua situação, já que a administradora ''axadrezada'' garantiu que, a seu tempo e mediante as necessidades do plantel, mais atletas serão inscritos.
A inscrição de jogadores representa apenas uma batalha ganha na luta pela sobrevivência do Boavista, atolado em dívidas ao Fisco, Segurança Social e fornecedores, e, mais recentemente, com a penhora do Estádio do Bessa.
O Boavista reitera a ''ilegalidade das alegadas deliberações do Conselho de Justiça (CJ) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), que culminaram, entre outras sanções, com o castigo de descida de Divisão.
O Boavista apresentou, entretanto, uma providência cautelar para travar as decisões tomadas pelo Conselho de Justiça, mas o contra-ataque da FPF surgiu sobre a forma da invocação do interesse público dos campeonatos.
O braço-de-ferro prosseguiu com a apresentação por parte do Boavista de um incidente de suspensão no Tribunal Administrativo de Lisboa contra a FPF a apontar irregularidades e a contestar a argumentação de interesse público. A FPF anunciou que daria resposta junto do tribunal, a esclarecer os pontos focados pelo clube.
A anunciada penhora do Estádio do Bessa por dívidas ao Fisco, por 29 milhões de euros, foi a mais recente machada na luta pela sobrevivência do centenário clube portuense, campeão nacional em 2000/2001.
O Boavista anunciou que a penhora foi accionada pelo não cumprimmento um Procedimento Extrajudicial de Conciliação (PEC) na vigência da anterior Direcção da SAD, que tinha o estádio como garantia.
''Em tempo oportuno e porque o IAPMEI já admitiu um outro PEC, o actual Conselho de Administração da SAD apresentará um requerimento às Finanças, propondo a suspensão da venda'', refere o Boavista em comunicado.
O documento validado pelo IAPMEI apenso ao processo de inscrição do Boavista na LPFP, e o desbloqueamento da proibição de inscrever jogadores, possibilita a participação do clube nas respectivas provas.