Um bis do ex-benfiquista Gabriel Barbosa quando tudo parecia perdido, aos 89 e 90+2 minutos, deu hoje ao Flamengo, do treinador português Jorge Jesus, a Taça Libertadores, numa dramática final com o River Plate (2-1).
Em Lima, os argentinos marcaram primeiro, aos 14 minutos, pelo colombiano Santos Borré e manietaram durante muito tempo o adversário, mas, na parte final, o ‘mengão’ teve a ‘arte’ de não ir abaixo e, perante um River ‘exausto’, deu a volta ao jogo.
A primeira final em jogo único, da 60.ª edição da prova, não poderia ter sido mais épica para o ‘Fla’, que volta a ser campeão sul-americano 38 anos depois, e para Jorge Jesus, que, aos 65 anos, conquista o seu primeiro grande título, pouco mais de quatro meses após chegar ao clube. Segue-se o Mundial de clubes.
As duas formações entraram com os seus ‘onzes de gala’, já anunciados pelos treinadores na véspera, e o início mostrou um River Plate ‘feroz’, muito pressionante e intenso, não dando espaços aos jogadores brasileiros.
Bruno Henrique, incómodo de início com a sua velocidade, ainda fez o primeiro remate, aos 10 minutos, mas, logo aos 14, os argentinos marcaram, numa insistência de Enzo Pérez, continuada com um centro em esforço de Nacho Fernández, na direita, que Arão e Gerson não desfizeram e Santos Borré aproveitou, letal.
Em vantagem, o River ficou ainda mais cómodo, mas nada mudou na sua forma de jogar: cair em cima de forma imediata do portador da bola, na tentativa - se necessário recorrendo à falta - de não deixar o ‘Fla’ jogar, objetivo claramente conseguido.
O jogo foi assim até ao intervalo, com o ‘onze’ de Gallardo a roubar muitas vezes a bola aos ‘atordoados’ jogadores do Flamengo e a ameaçar várias vezes o segundo golo, com destaque para um ‘tiro’ de Palácios, aos 37 minutos.
A segunda parte não trouxe, inicialmente, qualquer novidade, com o River a continuar muito forte defensivamente, mas, aos 57 minutos, o Flamengo teve uma grande oportunidade, em remates consecutivos de Gabriel Barbosa, contra De La Cruz, e Éverton Ribeiro, para defesa segura de Armani.
Com o passar dos minutos, os argentinos foram perdendo fulgor, que Gallardo tentou compensar com as entradas de Alvarez, Pratto e Díaz, mas o River, mais recuado, não mais conseguiu ‘emperrar’ o Flamengo, também mais ofensivo, e encontro ‘partiu’.
O conjunto de Jesus, que colocou Diego no lugar do lesionado Gerson, aos 66 minutos, passou a ter mais espaço, mas, também mais cansado, tinha, por vezes, falta de discernimento no último passe, como Gabriel Barbosa, aos 79.
Cada vez mais encostado junto à área contrário, o Flamengo também desguarnecia mais a defesa e o River Plate poderia ter ‘matado’ o jogo em vários contra-ataques, nomeadamente aos 81 minutos, por Palácios, servido por Matias Suárez.
Os detentores do troféu falharam e, aos 89 minutos, numa jogada rápida, Bruno Henrique trabalhou na esquerda e desmarcou De Arrascaeta, que, em esforço, no relvado, ainda conseguiu colocar a bola no segundo poste, para Gabigol, solto, encostar.
O encontro estava a acabar e, se pouco antes, o título parecia entregue ao River, agora era o prolongamento que se afigurava como inevitável, só que, aos 90+2 minutos, a defesa argentina facilitou e Gabriel Barbosa não perdoou e ‘bisou’.
Jesus, que tinha feito entrar Vitinho ainda em desvantagem, ainda colocou em campo Piris da Motta, para segurar, num jogo que ainda teve duas expulsões, de Palácios e Gabriel Barbosa, já aos 90+5 minutos. A festa do ‘Fla’ começou pouco depois.