O Vitória de Guimarães vai criar uma equipa B na próxima temporada, anunciou hoje o presidente do clube numa entrevista ao sítio vitoriano na Internet, na qual negou existir uma aliança com o Benfica.
Segundo Macedo da Silva, o Vitória ponderou a “possibilidade de o fazer esta época, mas com o actual quadro competitivo não seria recomendável fazê-lo, até porque é um projecto que custa dinheiro ao clube”.
Afirmando ter “informações de que o quadro competitivo deve mudar”, a direcção vitoriana decidiu avançar para a criação de uma equipa B para valorizar os jovens talentos vimaranenses num “ambiente competitivo”, de forma a prepararem “o salto das suas vidas”, isto é, “para o plantel principal do Vitória”.
Numa extensa entrevista, a marcar um ano e meio de presidência, Macedo da Silva negou ainda que o protocolo assinado com o Benfica - sobre o qual, porém, pouco adianta - signifique uma aliança com o clube lisboeta.
“Não posso deixar passar essa ideia. O Vitória Sport Clube não tem alianças com ninguém. Cada clube tem a sua dinâmica, a sua orientação e se, conjunturalmente, os interesses dos clubes são idênticos, não é crime nenhum que possam lutar por esses interesses de forma concertada”, frisou Macedo da Silva.
Para o dirigente vitoriano, foi isso que aconteceu: “no caso do TAS, havia um interesse comum e os dois clubes lutaram por esse interesse. Mas gostava de recordar que, em simultâneo com essa luta no TAS, durante uma Assembleia Geral da Liga, o Vitória e o Benfica votaram uma proposta de agravamento das penas por corrupção, de forma diferente”.
O presidente do clube minhoto lembrou que “o Benfica era um dos clubes proponentes e o Vitória absteve-se na votação porque era seu entendimento que a proposta devia ser mais estudada, ao contrário do Benfica que apelava à sua aprovação imediata. Isto é uma aliança? Não, não é”.
Para Macedo da Silva, o protocolo foi realizado com o Benfica porque o clube entendeu que esse protocolo “defende os interesses do Vitória, defendendo também os interesses do Benfica”.
O dirigente admitiu ainda que a transferência do juvenil Cafu para o Benfica concretizou-se já no âmbito do protocolo estabelecido na lógica de permitir que o Vitória possa ter um encaixe financeiro significativo numa eventual venda do jogador para o exterior.
“Interessa-nos fazer parcerias com clubes de dimensão superior para que amanhã o Vitória seja um grande beneficiário dessas transferências”, explicou.
No caso de Cafu, “o Vitória viu inteiramente salvaguardados os seus direitos com a transferência do jogador para o Benfica. Sem entrar em grandes pormenores, o Vitória ficou com os seus interesses protegidos com uma percentagem do passe do Cafu numa futura transacção do jogador e ficámos com a preferência sobre qualquer tipo de negócio que esteja relacionado com o atleta”, revelou.
Sobre a possibilidade de ganhar títulos, Macedo da Silva colocou água na fervura.
“Sou presidente do Vitória, mas não sou assim tão lírico. Neste momento, o Vitória não tem condições para lutar pelo título” porque “continua a haver uma enorme desigualdade de meios entre os três crónicos candidatos ao título e, por exemplo, o Vitória”.
No entanto, o dirigente defendeu que “o Vitória é, em Portugal, o clube que tem mais condições estruturais e de mobilização dos adeptos para se juntar a esses clubes na discussão de um título”.
“O Vitória tem de resolver os seus problemas financeiros para poder realizar investimentos mais significativos no reforço do seu plantel. Se conseguirmos atingir essa estabilidade, penso que em meia dúzia de anos, o Vitória pode lutar com esses três clubes pelo título nacional. Por agora, o que mais desejo é que o Vitória se classifique entre os cinco primeiros lugares da Liga”, concluiu.