O Benfica congratulou-se hoje com a normalização da relação com a Federação Portuguesa de Judo (FPJ), notando que o entendimento entre as partes recupera “o quadro de estabilidade que se deseja” antes da participação nos Jogos Olímpicos Tóquio2020.
“Na sequência da reunião realizada com a Federação Portuguesa de Judo, esta quinta-feira, nas instalações do clube, o Benfica esclarece e congratula-se com o facto de voltarem a estar reunidas as condições para um correto relacionamento institucional e funcional entre as duas instituições”, anunciaram os ‘encarnados’ no sítio oficial na internet.
O Benfica e a direção da FPJ comprometem-se com “o desenvolvimento de uma estratégia conjunta”, que, segundo o clube, conferirá “a tranquilidade essencial na preparação dos Jogos Olímpicos”.
“Com os olhos postos no futuro, o entendimento alcançado permitirá estreitar e reforçar a colaboração no melhor interesse dos judocas e do judo português, conforme sucedeu em anos recentes”, prossegue a nota.
Os ‘encarnados’ vão contactar agora formalmente as entidades que superintendem o desporto nacional, no sentido de informar que a normalização de relações com a federação recupera “o quadro de estabilidade que se deseja em prol de uma modalidade, que, legitimamente, corporiza boa parte das melhores ambições desportivas de Portugal em Tóquio2020”.
O Benfica anunciou, em 20 de setembro, que iria fazer uma exposição às principais autoridades desportivas do país contra as “atitudes” e alegada “grave conduta” do presidente da Federação Portuguesa de Judo.
A ação do clube lisboeta aconteceu “na sequência de várias intervenções públicas e privadas e de decisões injustificáveis de Jorge Fernandes”, que os ‘encarnados’ classificaram de “inadequadas, irresponsáveis e não condizentes de todo com aquilo que deveria ser o desempenho da respetiva função num organismo de utilidade pública”.
Para denunciar o que considerava ser uma “grave conduta”, o Benfica comunicou que iria enviar uma exposição formal à Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, ao Instituto Português do Desporto e Juventude e ao Comité Olímpico de Portugal.
Entre outros temas, o Benfica mencionava a não inscrição de Rochele Nunes no Grande Prémio de Tashkent, no qual poderia amealhar pontos para o ‘ranking’ olímpico, e a dispensa do treinador Go Tsunoda no decorrer do último Mundial, em vésperas da participação da sua atleta Telma Monteiro.
“É possível justificar intervenções junto de treinadores e atletas, com voz alta e grave, em que se exclama este teor: ‘a federação está acima de todos, incluindo o COP e os clubes?’ É assim que se gere a elite do judo nacional?”, questionaram.
As ‘águias’ referiam ainda a imposição da imagem de um patrocinador da federação e a proibição da ostentação do emblema dos clubes no espaço à disposição dos atletas, e revelavam estar a avaliar a possibilidade de recorrer aos tribunais para que fossem repostos “os prejuízos materiais e de imagem do clube e seus atletas, assim como a legitimidade desta federação em ostentar o estatuto de utilidade pública”.