O treinador espanhol Quique Flores afirmou hoje que o Benfica está em crescimento e mostrou-se despreocupado com o início atribulado de época, ainda sem qualquer vitória na Liga e na Taça UEFA em futebol.
Depois de dois empates no campeonato português e uma derrota na Taça UEFA (3-2, em Napóles), e em vésperas da deslocação a Paços de Ferreira, Quique Flores explicou que “o caminho vai ser duro e difícil”, salientando também que “os começos nunca são fáceis”.
“Só nos resta continuar a trabalhar arduamente. Quero que a vitória (a primeira oficial) chegue, porque todos os jogadores ganhariam uma outra confiança para o jogo seguinte. Estou convencido de que a vitória vai chegar amanhã (segunda-feira)”, disse.
O treinador espanhol lamentou ainda a longa paragem no campeonato português, devido aos compromissos das selecções, sobretudo numa equipa “em construção”: “quando os jogadores não estão juntos durante tanto tempo, há um corte na dinâmica de progressão da equipa”.
“O Paços de Ferreira jogou muito bem o seu último jogo fora de casa, tendo feito uma boa recuperação no marcador (2-2, em Lisboa, com o Belenenses). Tem jogadores muito perigosos e uma dinâmica positiva”, referiu Quique, em alusão ao adversário da terceira jornada da Liga.
Quique Flores pediu aos jogadores “ambição” para vencer, mas exigiu “respeito pelo adversário”: “Se subestimarmos o Paços de Ferreira vamos tornar as coisas mais difíceis. Somos o Benfica, mas temos de demonstrar que somos o Benfica no terreno”.
“Quando se constrói uma equipa há retrocessos, obstáculos, conhecimentos das circunstâncias, dos meios, da Liga, dos jogadores e do clube. Os resultados fáceis aceleram a velocidade de construção, mas os resultados incómodos atrasam essa construção. Em Setembro, não se perdem campeonatos, nem torneios, mas também não se ganham campeonatos nesta altura. Há muitos pontos em disputa”, avisou.
Sem Luisão e Katsouranis, castigados, Quique Flores vai ter de improvisar no jogo de segunda-feira, mas, aparentemente, as ausências não criam qualquer dor de cabeça ao técnico espanhol.
“Há outros jogadores que estão a treinar connosco há dois meses e que estão com muita vontade de demonstrar que têm valor para jogar no Benfica. Temos de transmitir a máxima confiança aos jogadores que nos podem dar outras soluções. Por exemplo, o Miguel Vítor e o Sidnei já treinam há dois meses com a equipa e chegou agora a altura de eles mostrarem o seu rendimento. Não vai haver problemas”, disse.
Escondendo o jogo em relação à utilização do argentino Pablo Aimar, que, embora convocado, surge sem ritmo competitivo, Quique Flores explicou também sentir todo o apoio do presidente e do director desportivo do clube, Luís Filipe Vieira e Rui Costa, respectivamente.
“Se nos últimos anos a dinâmica de um clube é muito positiva há confiança, mas se a dinâmica nos últimos anos não tem sido fácil tem de haver confiança de que, com trabalho, podemos alterar essa dinâmica. O Rui e o presidente estão conscientes de que vai haver situações difíceis que necessariamente terão de ser superadas”, concluiu.