O secretário de Estado da Juventude e Desporto (SEJD) garantiu hoje que o Estado acompanha «com ações» as situações de violência no desporto, admitindo compreender alguma «insatisfação» do presidente do Sporting com o comportamento de adeptos.
“Se há Governo que demonstrou estar atento a este tipo de fenómenos foi efetivamente o Governo que governou na anterior legislatura e continua a governar nesta (…), com a criação de uma autoridade [de prevenção e combate à violência no desporto], de um grupo de trabalho de acompanhamento, e com alterações à lei da violência”, afirmou o governante.
João Paulo Rebelo, que falava à margem da assinatura de um protocolo entre a Autoridade Antidopagem de Portugal (ADoP) e a Portugal Ativo, considerou que a “violência no desporto é um problema da sociedade portuguesa e das mais diversas sociedades”.
O SEJD disse compreender “alguma insatisfação” do presidente do Sporting, Frederico Varandas, manifestada depois de no domingo, a equipa de futebol ter sido recebida com insultos, e cânticos como “Alcochete Sempre” (numa alegada referência ao ataque à academia de Alcochete) num hotel de Ponta Delgada.
Frederico Varandas classificou os autores dos insultos à equipa como uma "escumalha que não tem mais lugar” no clube, considerando que a violência entre os adeptos é um "problema da sociedade portuguesa", e garantindo que o clube não terá receio a "enfrentar essa batalha sozinho".
“Compreendo alguma insatisfação do próprio presidente do Sporting, mas insatisfação relativamente ao que são os comportamentos de alguns dos supostos adeptos do seu clube, mas essas são matérias do foro interno dos próprios clubes”, disse o presidente, garantindo que tem estado “em conversas pessoais com o presidente do Sporting”.
O governante considerou que as instituições estão a trabalhar, lembrando que “há pessoas identificadas pelos insultos nos Açores” e que “há pessoas que estão presas, há quase dois anos, e a serem julgadas” pelos acontecimentos de 15 de maio de 2018 na academia do Sporting, em Alcochete.
João Paulo Rebelo referiu que “a mensagem, muitas vezes difundida, de que há inação do Estado, não ajuda” e garantiu que “não há inação, as instituições funcionam e estão a fazer o seu trabalho”.