Títulos internacionais no futebol sénior, na formação, no futsal e no futebol de praia consolidaram a presidência de Fernando Gomes na Federação Portuguesa de Futebol (FPF), desde 2011, cargo a que hoje anunciou a recandidatura.
Desde que assumiu as atuais funções, depois de um período de dirigismo em que presidiu também a Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), em 2010 e 2011, e a extinta Liga de Clubes de Basquetebol, em 1995, o antigo basquetebolista e licenciado em economia liderou um período de transformação.
Os títulos, com o Euro2016 e a Liga das Nações de futebol à cabeça, foram-se acumulando nas várias vertentes, como o Europeu de futsal, dois títulos mundiais de futebol de praia, assim como um crescimento do futebol feminino, com a tutela da Liga e o primeiro apuramento da seleção para um Europeu.
Em 2019, Portugal voltou a receber um grande evento desportivo, com a ‘final four’ da Liga das Nações, edição inaugural da nova competição europeia que Portugal venceu, no Porto, longe do novo complexo da FPF, a Cidade do Futebol, em Oeiras, distrito de Lisboa, construída durante o seu mandato e inaugurada em 2016.
Os campeonatos estenderam-se também às camadas jovens, com uma vitória no Europeu de sub-19 em 2018, com a mesma equipa que, em 2016, se tinha sagrado campeã europeia no escalão de sub-17.
No futebol de praia, ao título em Espinho, em 2015, sucedeu-se novo cetro mundial, ainda este ano, no Paraguai, num ano em que foram também campeões da Europa, tendo vencido ainda os Jogos Europeus.
Estas vitórias juntam-se ao Europeu de futsal de 2018, num período de governação do 31.º presidente da FPF, após 15 anos de liderança de Gilberto Madaíl, que acabou por ‘unificar’ o domínio, pelo menos europeu, sobre as três vertentes de futebol sénior.
O projeto da Cidade de Futebol, a ‘casa das seleções’, o lançamento do canal televisivo ‘11’ e a ‘Portugal Football School’, um projeto de capacitação e formação, são outras das bandeiras de uma gestão de oito anos, que espera prolongar.
Em novembro deste ano, a atual direção da FPF sofreu um 'revés', com o pedido de suspensão do mandato pelo então vice-presidente Hermínio Loureiro, antigo presidente da LPFP e antigo secretário de Estado do Desporto, na sequência da acusação de corrupção pelo Ministério Público, no âmbito da operação ‘Ajuste Secreto’.
A título pessoal, foi eleito em 2015, e, posteriormente, reeleito, para o Comité Executivo da UEFA, foi reeleito em 2016 na FPF e chegou em 2017 à vice-presidência do organismo de cúpula do futebol europeu, entrando também para o Conselho da FIFA.
Confesso amante do basquetebol, depois de uma carreira como base coroada com um campeonato nacional, pelo FC Porto, Fernando Gomes esteve sobretudo ligado aos ‘dragões’.
Antes de enveredar pelo dirigismo desportivo, licenciou-se na Faculdade de Economia da Universidade do Porto em 1976, onde foi assistente, seguindo-se cargos no Grupo Amorim e na SIAG.
Uma década depois, e quando já tinha concluído a carreira desportiva, Fernando Gomes tornou-se diretor do FC Porto, com a responsabilidade pelo departamento de basquetebol.
Em 1994, assumiu o cargo de vice-presidente do clube para a área do marketing e, com a profissionalização do emblema ‘azul e branco’ e o advento das SAD, foi aparecendo em diversos cargos ligados à estrutura de futebol do Dragão, assumindo um lugar na administração com o pelouro financeiro.
A par do percurso no clube portuense, o sucessor de Hermínio Loureiro na LPFP, eleição em que contou com 39 votos a favor e duas abstenções, foi um dos elementos dos Comités de Competições da UEFA e FIFA e ainda membro dos Comités de Gestão do Fórum Europeu de Clubes e da Associação Europeia de Clubes.