Chumbita Nunes, candidato à presidência do Vitória de Setúbal, disse hoje que os adeptos do clube da I Liga de futebol merecem "transparência e contas certas", na apresentação do programa da sua lista.
No dia seguinte a ter formalizado a sua candidatura, o advogado, que foi presidente do clube entre 2003 e 2006, falou das suas prioridades caso seja eleito em 17 de janeiro.
"Os vitorianos merecem transparência, honestidade, contas certas e grandes vitórias. Queremos também tentar construir um centro de estágio ou academia, renovar o estádio com vista a um futuro", disse aos jornalistas após a apresentação dos nomes que compõem a sua lista.
Questionado sobre se a realização de uma auditoria, ideia já defendida por outros candidatos, é a forma de saber qual o estado do clube, Chumbita Nunes, de 65 anos de idade, remete a decisão para mais tarde.
"Poderá ser essa a forma. Em assembleia-geral, foi aprovado um modelo de auditoria e tem de se saber se é possível fazê-la naqueles termos ou noutros. Vamos ver quando chegarmos. Se tiver de ser feita, será feita", disse.
O candidato, sócio do clube há 25 anos, criticou a forma como a demissão do vice-presidente Paulo Gomes, que é agora candidato às eleições, antecipou as eleições um par de meses.
"Estou preocupado com o que se está a passar. Nunca pensei que houvesse a demissão da forma como houve. A demissão foi um golpe palaciano. Já estavam previstas eleições e o presidente da AG já tinha dito que iria marcar eleições para fevereiro ou março. Não faz sentido não terem deixado o mandato chegar até ao fim", considerou.
Sobre o facto de existirem já quatro candidatos assumidos e de Vítor Hugo Valente, atual presidente, se perfilar como o quinto a fazê-lo, Chumbita Nunes defende que três delas são uma continuação da anterior direção.
"São cinco, mas é preciso ver que três vêm do mesmo lado. É o atual presidente, é o dissidente da direção Pedro Gaiveo Luzio e Paulo Gomes, que também deixou a direção e agora concorre. Em bom rigor, só há dois candidatos porque os outros três vêm todos do mesmo lado", vincou.
Apesar de o seu mandato entre 2003 e 2006 ter ficado marcado por problemas relacionados com salários em atraso, o advogado, que falou perante uma plateia de cerca de 100 pessoas num hotel no centro da cidade de Setúbal, garante não temer que tal possa prejudicar a sua lista.
"Não temo nada. Na altura expliquei tudo. Curiosamente, nunca nenhum ato de gestão no meu mandato foi posto em causa. Nunca fui parar a nenhum tribunal, nem ninguém disse que eu roubei. Foram outros tempos e cabe aos sócios decidirem agora quem deve ser o melhor presidente para o Vitória e a lista que lhes dá mais garantias", afirmou.
O candidato frisou ainda que, ao contrário do que acontece habitualmente com os antigos presidentes, é o único que continua a marcar presença nas assembleias-gerais do Vitória de Setúbal.
"Estou sempre presente no que é o Vitória. Nunca falhei uma assembleia-geral. De todos os presidentes que passaram pelo clube, o único que ainda lá vai sou eu", referiu.