O diretor do rali Dakar 2020, o francês David Castera, salientou hoje a tenacidade de Paulo Gonçalves, que há poucos dias mudava o motor da sua mota e hoje morreu na sétima etapa da corrida.
“Paulo era meu companheiro, estava no Dakar há muito tempo, toda a gente o conhecia. Há cinco etapas estava a mudar o motor da sua mota, era muito tenaz. Conhecia os riscos de um rali, quando o pior acontece é muito difícil para todos”, disse.
Castera, que este ano substituiu Etienne Lavigne na direção da mítica corrida, explicou, num vídeo divulgado pela organização e que homenageia o piloto português, não se saber muito sobre o acidente ao quilómetro 273.
“Não sabemos as circunstâncias, era um segmento rápido e foi onde o Paulo teve o acidente, os médicos tentaram reanimá-lo, mas, infelizmente, não conseguiram e ele morreu ao quilómetro 273 da sétima etapa”, explicou.
O vídeo, publicado na página oficial da competição, fala em “dia negro no Dakar2020” e mostra depoimentos de Ricky Braber, da Honda, por onde Paulo Gonçalves passou, ou dos campeoníssimos Stéphane Peterhansel e Carlos Sainz.
“Nunca sabemos o que vai acontecer, hoje perdemos um dos nossos, o Paulo Gonçalves”, referiu Braber, enquanto Peterhansel falou das dúvidas que estas situações colocam em relação à importância da competição e Sainz falou na tristeza de todos.
O piloto português morreu hoje na sequência de uma queda durante a sétima de 12 etapas da 42.ª edição do Rali Dakar de todo-o-terreno, na Arábia Saudita.
De acordo com a informação da Amaury Sport Organization (ASO), o alerta foi dado às 10:08 horas locais, menos três em Lisboa.
Foi enviado de imediato um helicóptero que chegou junto do piloto às 10:16, tendo encontrado Paulo Gonçalves inconsciente e em paragem cardiorrespiratória.
"Depois de várias tentativas de reanimação no local, o piloto foi helitransportado para o hospital de Layla, onde foi confirmada a morte", referiu a organização.
Paulo Gonçalves participava no Dakar pela 13.ª vez desde 2006, ano de estreia na prova.