Inter de Milão: José Mourinho «castiga» Adriano e Julio Cruz

“Tenho o dever de demonstrar que sou o único a mandar aqui e por isso deixo dois ou três jogadores em casa. Comigo, quem pensar apenas em si em vez da equipa, não joga'', vincou o técnico, cumprindo a promessa feita após o “nulo” de sábado na recepção ao Génova.

Em conferência de imprensa, o português foi claro: “disse ao grupo tudo o que tinha a dizer. Falei fracamente, como sempre, para que não fiquem dúvidas entre nós. Por isso, agora, falo apenas dos jogadores convocados. Sobre os restantes, não faço comentários”.

Depois do enorme descontentamento manifestado após o empate caseiro com um Génova em inferioridade numérica durante meia hora, que custou a perda da liderança isolada, o português prometeu agir - “talvez alguns jogadores ainda não me conheçam, mas vão ficar a conhecer quando sair a próxima convocatória” - e agora deixou os avançados sul-americanos de fora.

“Não critico um atleta por não jogar bem. Mas porque não o hei-de fazer quando não joga para a equipa”, questionou, acrescentando: “empatia não é só beijinhos”.

Quando questionado sobre o que os prevaricadores deveriam fazer para a redenção, José Mourinho respondeu com um firme “um longo caminho”.

Adriano, que é reincidente em problemas disciplinares (já tinha sido, por isso, emprestado ao São Paulo durante meio ano), voltou hoje a chegar atrasado ao treino e o treinador português mandou-o para casa.

No início do mês, uma situação idêntica deixou-o de fora da visita ao reduto da AS Roma, jogo que os milanenses venceram por 4-0.

Na presente temporada, Adriano tem apenas um golo no campeonato e dois na Liga dos Campeões, enquanto pela selecção do Brasil marcou um tento à Venezuela (4-0), quebrando um jejum que durava desde o Mundial2006: o internacional brasileiro continua longe do fôlego evidenciado em 2005 e 2006, com 29 golos em cada época.

A imprensa italiana revela hoje que o argentino Júlio Cruz, que não tem sido aposta para o “onze”, mereceu uma forte reprimenda de Mourinho durante o jogo com o Génova.

Obinna e Balotelli, que também foram criticados após o desafio do fim-de-semana, foram perdoados e integraram a convocatória para o jogo de Florença.

A direcção do Inter mantém-se afastada da polémica, uma vez que o presidente Massimo Moratti já disse que não se mete nos problemas entre Mourinho e os jogadores.

Cumpridas oito jornadas, o Inter reparte a liderança do campeonato com Udinese e Nápoles, todos com 17 pontos, contra 16 de AC Milan e Fiorentina e 15 do Catania.