O Campeonato Nacional de Ralis arranca na sexta-feira, em Fafe, com quatro fortes candidatos ao título e o campeão Ricardo Teodósio (Skoda Fabia R5 Evo) à cabeça dos favoritos.
O piloto algarvio voltou a sentir "dificuldades" em montar o projeto para esta temporada, apesar do título nacional conquistado em 2019, falhando o objetivo de conseguir a internacionalização.
"Os nossos patrocinadores não querem fazer nada lá fora. Se for fazer provas internacionais, fico sem dinheiro para fazer o campeonato nacional. Em Portugal é sempre muito difícil conseguir patrocínios, independentemente de termos sido campeões. Neste momento, ainda estamos a tentar reunir a verba necessária para fazer o campeonato deste ano", revelou Teodósio à agência Lusa.
No entanto, o campeão nacional manteve o carro que lhe valeu o título de 2019 e espera começar "com o pé direito" a nova temporada, tentando ser "o melhor dos portugueses" em Fafe.
Em 2020, o Nacional de ralis terá 10 provas, das quais os pilotos devem escolher oito para participar, contando, para efeitos de classificação, os sete melhores resultados.
A prova minhota, que abre o campeonato a partir de sexta-feira, terá a participação do campeão mundial de ralis, o estónio Ott Tanak, e do espanhol Dani Sordo, ao volante de dois Hyundai i20 WRC, de desempenho superior aos modelos R5 utilizados pelos pilotos do Nacional.
"Ainda por cima vêm com mais ritmo do que nós, pois já disputaram duas provas", acrescentou Teodósio, mesmo se os dois ‘mundialistas’ não podem disputar o troço de Santa Quitéria, por vir a ser utilizado também no Rali de Portugal, prova pontuável para o Campeonato do Mundo, pois ficariam em vantagem face à concorrência do WRC.
Para além de Teodósio, Armindo Araújo estreia este ano um novo projeto, tendo trocado o Hyundai i20 R5 pelo Skoda Fabia R5, na tentativa de conquistar o sexto título português.
"Vai ser um campeonato muito competitivo", acredita Armindo Araújo. "Mudei de equipa e de carro. Sabemos que vamos ter um período de adaptação, mas queremos ter um nível elevado e lutar pela vitória desde o início", referiu.
José Pedro Fontes (Citroën C3), que foi campeão em 2015 e 2016, acredita ter superado definitivamente o grave acidente sofrido no Rali de Portugal de 2017, que condicionou as épocas seguintes.
"A expectativa para este ano é lutarmos pela vitória em todas as provas e sermos campeões", disse. Para isso, conta com "um carro mais evoluído".
José Pedro Fontes diz mesmo que o português "é um campeonato de referência na Europa". "O campeonato continua em boa forma, com equipas e pilotos muito bons. E o campeonato de duas rodas motrizes tem estado a crescer", disse.
Bruno Magalhães (Hyundai i20) também ambiciona lutar pelo título, que lhe escapa desde 2009. "Queremos ser campeões. Estamos mais fortes, com um carro que apresenta algumas evoluções em relação ao ano passado, nomeadamente, no motor e na suspensão", contou.
O açoriano Ricardo Moura, campeão em 2011, 2012 e 2013, será um dos ausentes da prova de abertura, devido a questões familiares.
Entre o pelotão nacional, destaque ainda para a saída de Miguel Barbosa, que voltou ao Nacional de todo-o-terreno.
O encerramento do Campeonato Nacional de Ralis está previsto para o Algarve, entre 13 e 15 de novembro.