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Advogado de Luís Pina discorda da pena pedida pelo Ministério Público

O advogado Melo Alves, que representa o principal arguido no processo do atropelamento mortal do adepto italiano junto ao Estádio da Luz, em 2017, discordou hoje da pena pedida pelo Ministério Público (MP) ao seu cliente.

Advogado de Luís Pina discorda da pena pedida pelo Ministério Público

O MP pediu hoje a condenação de Luís Pina pelos crimes de homicídio por dolo eventual (quando o autor não queria esse resultado – morte – mas prevê-o como possível), omissão de auxílio e ofensas à integridade física.

Durante as alegações finais do processo que tem como principal arguido Luís Pina, acusado do homicídio de Marco Ficini, a procuradora do MP deixou cair as acusações sobre os restantes 21 arguidos acusados de participação em rixa, dano com violência e omissão de auxílio.

“O Ministério Público pode pedir aquilo que entender, mas pediu a condenação por um crime pelo qual o meu cliente não está acusado – por omissão de auxílio. Isso não pode acontecer do ponto de vista técnico”, disse Melo Alves à saída do tribunal.

O advogado não se mostrou surpreendido quanto à acusação de homicídio consumado por dolo eventual, que diz ser “expectável”, apesar de considerar “alguma dificuldade” no pedido e por ter sido “na forma menos grave no que concerne ao dolo”.

Apesar de ter havido uma mudança na acusação de homicídio na forma tentada diminuindo a gravidade para ofensas à integridade física, Melo Alves reiterou “não concordar em absoluto” com a posição do MP.

“Qualquer pessoa que estivesse ali à frente daquele cenário tem de ter determinado comportamento: ou foge para trás sendo cobarde, o que o meu cliente não é, nem o direito o obriga a ser, ou então para e seria vandalizado. O meu cliente optou por uma terceira via que era obrigar as pessoas que estavam à frente a desviarem-se”, explicou.

Segundo Melo Alves, há “muitas coisas que foram mal feitas, mal investigadas” no decurso do processo, daí que considere um “lapso” do MP o facto de este pedir a condenação do seu cliente de um crime de omissão de auxílio que o mesmo não pode ser condenado porque “não vem sendo acusado”.

“Uma vez que o MP já se pronunciou, o que vos digo, no meu entendimento: o meu cliente não cometeu nenhum crime”, avançou aos jornalistas, pedindo que se aguarde pela argumentação da defesa, prevista para acontecer em 16 de março.

Marco Ficini, que pertencia à claque do clube italiano Fiorentina 'O Club Settebello', e era adepto do Sporting, morreu na madrugada de 22 de abril de 2017 após um atropelamento e fuga junto ao Estádio da Luz, horas antes de um jogo entre o Sporting e o Benfica.

Durante os confrontos e perseguições entre adeptos do Sporting e do Benfica, Luís Pina, de 35 anos e com ligações à claque do Benfica 'No Name Boys' atropelou mortalmente Ficini, “arrastando o corpo por 15 metros”, imobilizando o carro só “depois de ter passado completamente por cima do corpo da vítima”, descreve a acusação, acrescentado que o arguido abandonou o local “sem prestar qualquer auxílio”.

O Ministério Público acusou, em outubro de 2017, 22 arguidos (10 adeptos do Benfica com ligações aos ‘No Name Boys’ e 12 adeptos do Sporting da claque ‘Juventude Leonina’) pelo atropelamento mortal de Ficini.

Luís Pina estava acusado do homicídio de Marco Ficini e de outros quatro homicídios, na forma tentada, enquanto os restantes arguidos estavam acusados de participação em rixa, dano com violência e omissão de auxílio.

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