O treinador do Estrela da Amadora, Lito Vidigal, anunciou hoje que irá apresentar a demissão, com a perspectiva de poder trazer mais e melhores condições para os futebolistas que continuam sem receber.
''Estamos há tanto tempo a trabalhar sem receber, que se torna muito difícil trabalhar nesta situação. A minha tomada de posição é mesmo nesse sentido: a ver se aparecem mais condições, melhores condições para os jogadores do Estrela'', disse.
Na Reboleira, se o plantel cancelou hoje novo treino e reuniu-se durante cerca de três horas para abordar a questão dos salários em atraso, adiando qualquer tomada de posição, já Vidigal anunciou a saída.
''Temos esperado há tanto tempo. Dei a minha palavra e neste momento não posso voltar atrás, até por aquilo que já disse. Eu vou apresentar a minha carta de demissão. Hoje ainda, se possível, ou amanhã'', disse o treinador.
Lito Vidigal não quis ainda deixar de agradecer ao presidente do Estrela da Amadora pela oportunidade que lhe deu em trabalhar no clube e referiu que António Oliveira também ''paga pela conjuntura'' e que as coisas não tem sido fáceis para o dirigente.
No final, o técnico agradeceu ainda o apoio dos sócios e lembrou que na chegada tinha afirmado que poria o Estrela à frente de tudo e que agora, na saída, estava a por o clube à frente dele próprio.
Já os jogadores entenderam esperar mais um dia por novidades em relação aos salários em atraso, com o capitão Hugo Carreira, ladeado pelos sub-capitães Marco Paulo e Nelson, a adiar para quarta-feira uma tomada de posição.
''Estávamos à espera que o presidente aparecesse com verbas para nos pagar e assim não foi feito. Hoje acabou por não haver nenhuma solução em relação aos pagamentos, esperamos até amanhã, e mais um dia e decidiremos'', disse o defesa.
Hugo Carreira disse não saber até quando o grupo poderá aguentar a situação, mas que a decisão em relação a qualquer tomada de posição será de todos e depois de o presidente do clube lhes ter dito que vai arranjar as verbas necessárias.
O capitão do Estrela disse ainda que António Oliveira lhes deu a palavra de que iria resolver a situação, e reconheceu que já era bom se os jogadores recebessem pelo menos uma parte, devido a situações complicadas que muitos vivem.
A finalizar o jogador mostrou ainda algum desânimo por não existir mais solidariedade dos futebolistas de outros clubes em relação a casos destes.
''Todos os jogadores deviam solidarizar-se em relação ao que tem acontecido, não é só o presidente do sindicato vir dizer que se tem que passar ao acto ao invés de se estar a ameaçar. É complicado, só quem está deste lado sente as coisas'', frisou.