O internacional inglês Wayne Rooney considerou hoje que o governo britânico e os responsáveis pelo futebol inglês trataram os jogadores como «cobaias» desde o início da crise com o novo coronavírus (Covid-19).
"Foi uma semana inquietante para os jogadores, para as suas famílias, uma semana ao longo da qual faltou liderança ao governo, à Federação Inglesa e à Premier League", escreveu Rooney, num editorial publicado no jornal Sunday Times.
A 'estrela' do futebol inglês, de 34 anos, atualmente no Derby County, da II Liga, frisou que só depois de uma reunião de urgência é que foi tomada uma boa decisão, dando a impressão de que os jogadores são tratados como cobaias.
O avançado criticou o facto de só terem decidido na sexta-feira parar os campeonatos, quando praticamente o futebol europeu já estava suspenso em outras ligas, entre as quais Portugal, Espanha e Itália.
A paragem em Inglaterra aconteceu depois de terem sido anunciados os casos de covid-19 no treinador do Arsenal, Mikel Arteta, e no futebolista do Chelsea Callum Hudson-Odoi.
"O resto do desporto - ténis, fórmula 1, râguebi, golfe, futebol em outros países - estava a parar e a nós diziam-nos para continuarmos", acusou, questionando a razão pela qual se esperou até sexta-feira para pararem também.
O jogador adiantou que todos ficarão felizes de disputar até setembro os campeonatos, caso a situação de crise se prolongue.
"É o nosso trabalho, desde que o possamos fazer em segurança, num ambiente seguro também para os espetadores", acrescentou.
Rooney deixou ainda a ideia de que uma recalendarização, com 2019/20 a terminar mais tarde, abrirá espaço para que as épocas seguintes comecem mais tarde, no inverno, o que seria adequado à preparação para o Mundial no Qatar, que está previsto entre novembro e dezembro de 2022.
O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 5.700 mortos em todo o mundo.
O número de infetados ultrapassou as 154 mil pessoas, com casos registados em 139 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 245 casos confirmados.