Os portugueses que estejam a considerar sair de Timor-Leste e regressar a Portugal devem fazê-lo «o mais rapidamente possível» para evitar problemas dadas as crescentes restrições em vários países, disse o embaixador em Díli.
“O que recomendamos é que quem pense ir para Portugal que vá o mais rapidamente possível”, disse à Lusa o embaixador de Portugal em Díli, José Pedro Machado Vieira.
“Essa partida de Timor-Leste é uma decisão pessoal e individual e depende do plano de cada um. Mas se a tomarem, o que aconselhamos é que partam o mais rapidamente possível antes que os trajetos para Portugal se compliquem ainda mais”, salientou.
O diploma confirmou que “já há alguns portugueses a fazer isso” e aos pedidos de informação à embaixada o conselho dado é partir rapidamente.
“É o conselho, a recomendação que fazemos. Se pensa sair, faça-o o mais rapidamente possível”, reiterou.
Machado Vieira lembrou que não há ainda qualquer restrição fronteiriça em Timor-Leste, nem um caso confirmado de Covid-19, mas que a situação é outra em vários países.
“Há muitas restrições na passagem de fronteiras e estou a pensar nas fronteiras afetadas em direção a Portugal. Pode acontecer na Indonésia e o Governo timorense propôs ao Presidente da República decretar o estado de emergência o que implicará medidas restritivas à circulação das pessoas”, acrescentou.
No que toca aos projetos de cooperação bilateral, o diplomata disse que foi convocada uma reunião dos coordenadores, sendo de particular preocupação os professores portugueses no país, o maior número de agentes de cooperação em Timor-Leste.
“Evidentemente, tirando os professores da Escola Portuguesa de Díli, o assunto tem que ser ponderado e coordenado com a senhora ministra da Educação timorense”, afirmou.
“Para já, a reunião é informativa, dizendo que se ponderarem regressar, regressem o mais rapidamente possível”, explicou.
Uma dezena de professores no enclave de Oecusse “estão hoje a regressar a Díli”, indicou, porque a região vive uma situação particular com uma eventual decisão das autoridades indonésias de fecho das fronteiras com Timor-Leste a dificultar um regresso.
“No resto do país não, porque não há caso de Covid-19 que suscite virem para Díli. Não há notícia de infeção de coronavírus e por isso continuam no distrito”, afirmou.
“Num eventual estado de emergência e se alguma coisa suceder em termos de vírus, os professores estão até melhor nos distritos onde não há uma aglomeração de pessoas e tanto contacto, correndo, ao fim ao cabo, menos riscos. Mas isso não está decidido”, explicou.
No que se refere à embaixada, José Pedro Machado Vieira disse que se está a atuar em “complemento com as preocupações das autoridades timorenses”, com o início de restrições no acesso.
“Há restrições no atendimento consular, que é a parte da embaixada mais problemática porque tem contacto com muito público, com muita gente do exterior”, referiu.
“Por isso, vamos restringir os atos que praticamos. Os vistos por natureza, com o encerramento das fronteiras, deixam de fazer sentido. Os atos de registo civil vamos para já suspendê-los”, anunciou.
O embaixador acrescentou que “haverá menos pessoal, mas continuará a ser dado o atendimento para renovação de passaportes e cartões do cidadão e a assistência de emergência continuará”.
Atividades de formação e outras no Centro Cultural foram suspensas e na biblioteca foram aplicadas medidas de prevenção para afastar as pessoas e garantir uma lotação controlada.
Portugueses que viajem de Timor-Leste e possam ficar retidos devido a problemas de voo ou restrições fronteiriças devem contactar a linha de apoio Covid-19, pelo telefone através do número +351 217 929 755 e o e-mail: covid19@mne.pt, em dias úteis, entre as 9:00 e as 17:00.
Fora desse horário, o apoio será dado pelo Gabinete de Emergência Consular, em funcionamento 24 horas por dia.