As operações das petrolíferas em Angola não foram até agora afetadas pelo impacto do coronavírus, estando a ser adotadas medidas preventivas para proteger os trabalhadores, segundo empresas contactadas pela Lusa.
A italiana ENI afirmou que, até ao momento, não registou “nenhum impacto” da pandemia provocada pelo coronavírus causador da Covid-19 na sua produção em Angola, que continua “estável”.
De acordo com a empresa, desde o início da emergência foram implementadas prontamente todas as medidas necessárias para proteger a saúde do seu pessoal.
“A ENI monitora constantemente a evolução da epidemia, a fim de continuar a garantir aos seus funcionários todas as medidas adequadas para a sua proteção máxima”, refere a petrolífera italiana, acrescentando que “até ao momento, não há funcionário da ENI em Angola, independentemente da nacionalidade, nem em quarentena nem como caso suspeito”.
Informação semelhante foi transmitida pela britânica BP, que referiu que as operações e produção em Angola não foram afetadas pelas atuais restrições de viagem e “decorrem dentro da normalidade”.
Seguindo a orientação do Ministério da Saúde, a empresa acionou algumas medidas de prevenção.
“De acordo com as boas práticas, os nossos planos de resposta e continuidade de negócios foram ativados, para nos ajudar a garantir o bem-estar da nossa força de trabalho, que é nossa primeira prioridade, e o desempenho das nossas atividades”, frisou a petrolífera britânica.
A empresa garantiu que está a “tomar todas as precauções necessárias, incluindo monitorização da saúde, restrição de viagens desnecessárias e consciencialização contínua sobre boas práticas e medidas de prevenção”, que continuarão a ser atualizadas “conforme necessário”.
A francesa Total remeteu qualquer esclarecimento para o Ministério dos Recursos Minerais e Petróleos, órgão de tutela do setor.
Por sua vez, a Agência Nacional de Petróleo Gás e Biocombustíveis (ANPG) de Angola disse que ainda está a avaliar o impacto da epidemia do coronavírus e toda a sua envolvente.
O Governo angolano proibiu a entrada de cidadãos estrangeiros oriundos da China, Coreia do Sul, Irão e Itália, e admitiu na semana passada "alargar ou reduzir" a lista em função do evoluir da pandemia.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 180 mil pessoas, das quais mais de 7.000 morreram.
Das pessoas infetadas em todo o mundo, mais de 75 mil recuperaram da doença.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 145 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Depois da China, que regista a maioria dos casos, a Europa tornou-se o epicentro da pandemia, com mais 67 mil infetados e pelo menos 2.684 mortos.
A Itália com 2.158 mortos registados até segunda-feira (em 27.980 casos), a Espanha com 491 mortos (11.191 casos) e a França com 148 mortos (6.663 casos) são os países mais afetados na Europa.
Face ao avanço da pandemia, vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje número de casos confirmados de infeção para 448, mais 117 do que na segunda-feira, dia em que se registou a primeira morte no país.