A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recuou hoje cerca de 8% na abertura do mercado, indicando outro dia de pânico causado pela crise económica e sanitária global do novo coronavírus.
O índice Ibovespa, onde são negociadas as ações das maiores empresas do Brasil, chegou a recuar 8,33% operando aos 68.398 pontos.
Por volta das 11:20 locais (14:20 em Lisboa) o Ibovespa caia 7,26% aos 69.197 pontos.
No mercado de câmbio, o dólar abriu a sessão com forte alta com cada dólar cotado a 5,18 reais no câmbio comercial, mas o avanço da moeda norte-americana face ao real perdeu um pouco de força. Às 11:20, o dólar comercial era negociado a 5,07 reais.
A crise causada pelo surgimento da Covid-19 terá impacto em economias de todo o mundo.
No Brasil, onde a economia ainda não se recuperou da recessão que atingiu o país entre os anos de 2015 e 2016, quando o Produto Interno Bruto (PIB) recuou sete pontos percentuais, ainda não há projeções exatas sobre o impacto económico da doença.
Como o país mantém uma recuperação lenta e insuficiente, com alta do PIB de 1,3% em 2017 e 2018, taxa que caiu para 1,1% em 2019, espera-se que a queda da atividade económica causada por ações de isolamento da população altere as projeções de crescimento.
O ministro da Economia brasileiro, Paulo Guedes, reconheceu que, dependendo do impacto da Covid-19, a economia do país pode crescer 1% em 2020, valor muito abaixo da última estimativa oficial, que era de 2,1% para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), divulgada no início deste mês pelo Governo brasileiro.
O coronavírus responsável pela pandemia da Covid-19 infetou mais de 200 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.200 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 82.500 recuperaram da doença.
A China registou nas últimas 24 horas 11 mortos e 13 novos casos infeção pela Covid-19, mas só um é de Wuhan, todos os outros 12 são importados.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se por mais de 146 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.