O grupo Daimler, responsável pelo fabrico de automóveis das marcas Mercedes-Benz e Smart, decidiu encerrar a maior parte da sua produção na Europa por duas semanas, devido à pandemia de Covid-19.
A medida, avançada na segunda-feira pela multinacional sediada em Estugarda, na Alemanha, aplica-se, segundo um comunicado emitido hoje pela Mercedes-Benz Portugal, às fábricas de automóveis e veículos comerciais, estando previsto que, "nos locais onde as operações precisem de continuar", a empresa tome "as devidas precauções para evitar a infeção dos seus funcionários".
Com o encerramento, a Daimler quer "proteger os seus colaboradores, interromper as cadeias de infeção e conter a propagação da pandemia", estando previstas "medidas adicionais", conforme necessário, lê-se na mesma nota.
A decisão visa também ajudar o fabricante de automóveis que, em 2019, registou uma faturação de 172.745 milhões de euros e um lucro de 2.400 milhões, a "preparar-se para um período temporário de menor procura e a proteger-se financeiramente".
Em Portugal, é "expectável que exista ‘stock' [automóvel] para dois ou três meses" face à "quebra da procura", esclareceu à Lusa o diretor de ‘marketing' e comunicação da Mercedes-Benz Portugal, Jorge Aguiar.
"Não creio que esta situação afete imediatamente a oferta de automóveis Mercedes-Benz e Smart. Não creio que a capacidade de oferta de automóveis em Portugal vá ser, para já, afetada. O que íamos vender não vamos vender. Já a procura vai baixar", disse.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, já infetou mais de 200 mil pessoas a nível mundial, tendo morrido mais de 8.200 e recuperado da doença mais de 82.500.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde (DGS) elevou hoje o número de casos confirmados de infeção para 642, mais 194 do que na terça-feira, sendo que duas pessoas já morreram e três já recuperaram.