A Inspeção das Atividades Económicas de Moçambique disse hoje que o país tem produtos suficientes para fazer face ao encerramento de fronteiras, alertando para a especulação de preços nos mercados devido a pandemia da covid-19 na região.
"Há garantia de que há ‘stock’ suficiente. Mas o problema que estamos a registar agora são casos de especulação de preços, principalmente de produtos de higiene", declarou Virgínia Muianga, diretora da Indústria, Transportes e Turismo na Inspeção das Atividades Económicas, falando em conferência de imprensa em Maputo.
O mercado de produtos de primeira necessidade em Moçambique é fortemente dependente da África do Sul, país vizinho que já tem casos confirmados da covid-19 e encerrou parte das suas fronteiras.
"Neste momento estamos a fazer o levantamento para perceber por quanto este ‘stock’ pode durar, além de fiscalizar os estabelecimentos para travar a especulação", declarou Virgínia Muianga.
Moçambique ainda não registou nenhum caso da covid-19, mas o Governo elevou o alerta e as medidas de prevenção contra a doença.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, anunciou hoje a suspensão "da emissão de vistos de entrada em Moçambique" e o cancelamento de "todos os já emitidos".
Filipe Nyusi anunciou ainda "o encerramento de todas as escolas públicas e privadas, do ensino pré-escolar ao ensino superior" a partir de segunda-feira.
Entre outras medidas divulgadas, conta-se também a suspensão de todos os eventos sociais "com mais de 50 pessoas" e o alargamento de quarentena domiciliária a todos os viajantes, não apenas daqueles oriundos de países com infeções ativas.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 250 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 10.400 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 89.000 recuperaram da doença.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se já por 182 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a tornar-se hoje o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 3.405 mortos em 41.035 casos.
No total, desde o início do surto, em dezembro passado, as autoridades da China continental, que exclui Macau e Hong Kong, contabilizaram 80.967 infeções diagnosticadas, incluindo 71.150 casos que já recuperaram, enquanto o total de mortos se fixou nos 3.248.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.