A Conferência Episcopal de Moçambique (CEM) anunciou hoje a suspensão de todas as atividades da igreja católica no país, a partir de segunda-feira e durante 30 dias, como forma de prevenir infeções pelo novo coronavírus.
"São suspensas por um período de 30 dias, a partir de 23 de março, todas as atividades públicas dos fiéis da Igreja Católica", incluindo missas, lê-se em comunicado assinado pelo bispo de Xai-Xai, Lúcio Andrice Muandula, presidente da CEM.
Ainda não há casos no país, mas já existem em países vizinhos e o risco é elevado para Moçambique, disse o Presidente Filipe Nyusi na sexta-feira, ao anunciar um novo pacote de medidas de prevenção.
As medidas incluem o fecho de todas as escolas e a suspensão de vistos de entrada no país por um período de 30 dias a partir de segunda-feira.
O comunicado da CEM suspende ainda, pelo mesmo período, a aglomeração de pessoas para celebração de funerais, admitindo apenas o apoio logístico para a realização das exéquias fúnebres.
No entanto, a Arquidiocese de Maputo admite num outro comunicado divulgado hoje que possam ser feitos funerais "com participação apenas de alguns familiares, não superando 50 pessoas" - seguindo o número limite indicado pelo Presidente da República para a realização de eventos.
A Arquidiocese de Maputo considera que, além de funerais, pode haver um "caráter de indispensabilidade" na celebração de outros sacramentos como batismos, matrimónios e penitências.
Se se concluir que são indispensáveis, devem ser celebrados "excecionalmente e com garantia de se observarem todos os elementos de segurança contra a transmissão", acrescenta.
As celebrações da Semana Santa, de 04 a 11 de abril, antecedendo o domingo de Páscoa, deverão decorrer à porta fechada sem a participação de fiéis, indica a CEM.
O novo coronavírus já causou pelo menos 11.401 mortos em todo o mundo e foram detetados mais de 271.660 casos de infeção em 164 países e territórios.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.