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PM guineense Aristides Gomes diz que salários foram pagos com recompra de títulos

O primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Aristides Gomes, afirmou que os salários de fevereiro no país foram pagos com base na recompra de títulos, que venciam em finais de março e princípio de abril.

PM guineense Aristides Gomes diz que salários foram pagos com recompra de títulos
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Numa publicação na rede social Facebook, feita sexta-feira, Aristides Gomes salienta que os "golpistas utilizaram o fundo herdado na conta do Tesouro Público no BCEAO (Banco Central dos Estados da África Ocidental) para a recompra de títulos que iriam vencer em finais de março e princípios de abril para pagar salários".

Aristides Gomes e o seu Governo, que tomou posse na sequência das eleições legislativas de março de 2019, e que mantém a maioria no parlamento guineense, foram afastados do poder por Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das presidenciais pela Comissão Nacional de Eleições, e que se autoproclamou Presidente do país, enquanto decorre um recurso de contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça.

O general Umaro Sissoco Embaló nomeou Nuno Nabian para primeiro-ministro.

Segundo Aristides Gomes, os "golpistas" tentaram "forjar todo o tipo de cobranças" para atingir o valor da massa salarial guineense, mas como não conseguiram pediram ao BCEAO para desbloquear o fundo, com base em duas assinaturas do Governo legítimo, nomeadamente as do Diretor-Geral do Tesouro e a Tesoureira-Geral.

"No fundo, o que aconteceu foi a nossa cooperação com o BCEAO através da qual foi levada em conta a necessidade de desbloqueamento de salários num momento sensível para que as famílias que estão sob ameaça de ficarem em quarentena devido ao Covid-19 possam ter capacidade de compra de produtos de primeira necessidade", salientou.

O primeiro-ministro guineense lamenta que a sua "boa-fé para minimizar o sofrimento dos trabalhadores esteja a ser objeto de aproveitamento político".

As autoridades da Guiné-Bissau começaram na quinta-feira a pagar o salário de fevereiro aos funcionários públicos do país, informou fonte do Ministério das Finanças guineense.

A massa salarial na Guiné-Bissau é, atualmente, de cerca de 4,8 mil milhões de francos CFA por mês (cerca de 7,3 milhões de euros).

Os salários foram depositados hoje em alguns bancos comerciais de Bissau, sendo visível filas de pessoas a retirar dinheiro das caixas automáticas.

O Tesouro Público guineense paga a 30 mil pessoas, entre funcionários públicos, forças de defesa e segurança, pensionistas e funcionários deslocados no estrangeiro.

O pagamento dos salários de fevereiro ocorre numa altura em que autoridades aplicaram uma série de medidas de prevenção contra o novo coronavírus, responsável pela covid-19, considerada pela Organização Mundial de Saúde como uma pandemia.

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