As linhas de crédito no valor de 3 mil milhões de euros para os setores mais abrangidos pela pandemia de covid-19 “chegarão ao sistema bancário amanhã ou depois”, disse o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira.
O ministro de Estado, da Economia e da Transição Digital falava em conferência de imprensa após a reunião da Concertação Social, que decorreu através de videoconferência.
“Tendo a Comissão Europeia aprovado ontem [domingo] as condições das novas linhas de crédito que definimos, o Governo tem agora as condições de as fazer chegar ao sistema bancário rapidamente”, afirmou Pedro Siza Vieira, acrescentando que isso deverá acontecer “amanhã [terça-feira] ou depois”.
O ministro disse ainda que o Governo já tem um acordo com instituições bancárias para limitar o ‘spread’ relativo a essas linhas, que vai depender “da duração do empréstimo”.
Segundo Siza Vieira, as linhas que foram apresentadas na quinta-feira em Conselho de Ministros e cujo montante global é de 3 mil milhões de euros para as empresas afetadas pela pandemia de covid-19 “vão ter condições diferentes” da primeira linha anunciada, de 200 milhões de euros.
O Governo anunciou na quinta-feira um conjunto de linhas de crédito para apoio à tesouraria das empresas no montante total de 3.000 milhões de euros, destinadas aos setores mais atingidos pela pandemia de covid-19, com um período de carência até ao final do ano e que podem ser amortizadas em quatro anos.
Na indústria, em particular têxtil, vestuário, calçado, indústria extrativa e da fileira da madeira, o ministro da Economia referiu uma linha de 1.300 milhões, sendo 400 milhões de euros destinados a micro e pequenas empresas.
Segundo foi anunciado pelo executivo, as empresas vão ter ainda a acesso a uma moratória, concedida pela banca, no pagamento de capital e juros, e as contribuições para a Segurança Social serão reduzidas a um terço em março, abril e maio, "por forma a preservar o emprego".
Já a linha de crédito de 200 milhões de euros destinada à economia em geral - anunciada há mais de 10 dias - será "revista e flexibilizada" nas condições de acesso, nomeadamente deixa de existir a referência a uma queda do volume de negócios em 20%.