O Comité olímpico e paralímpico dos Estados Unidos (USOPC) defendeu um adiamento de Tóquio2020 devido à pandemia da covid-19, seguindo a opinião de mais de dois terços dos atletas norte-americanos.
Apesar dos pedidos das federações norte-americanas de atletismo, de natação e de ginástica, o USOPC reconheceu "ser cada vez mais claro que a opção do adiamento é a mais adequada".
O USOPC acrescentou que dos 1.780 atletas norte-americanos que responderam a uma sondagem, 68% afirmaram que a igualdade desportiva não pode ser garantida se os Jogos Olímpicos decorrerem nas datas previstas, entre 24 de julho e 09 de agosto próximos.
"A nossa conclusão mais importante é que mesmo que os graves problemas de saúde atuais se vierem a atenuar até ao final do verão, as enormes perturbações ligadas de treinos, controlos antidopping e processos de qualificações não podem ser ultrapassadas de forma satisfatória", argumentou o USOPC.
"Encorajamos o COI a tomar todas as medidas necessárias para garantir que os Jogos possam decorrer em condições seguras e justas para todos os concorrentes", acrescentou.
O USOPC indicou esperar as diretivas do COI e estar "pronto a trabalhar para apoiar a equipa dos Estados Unidos em plena cooperação com a comunidade internacional".
Na véspera, o Comité Olímpico Canadiano tinha exigido o adiamento dos Jogos Olímpicos para data posterior, avisando que não ia enviar atletas a Tóquio2020 este verão.
A pressão imposta nas últimas horas por outras instâncias, incluindo a Federação Internacional de Atletismo, levou o COI, no final de uma reunião no domingo, a admitir pela primeira vez a possibilidade de adiar os Jogos, e a anunciar um prazo de quatro semanas para tomar uma decisão.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 345 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 15.100 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, com a Itália a ser o país do mundo com maior número de vítimas mortais, com 6.077 mortos em 63.927 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.
A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com mais de 81.000 casos, tendo sido registados 3.277 mortes.
Nas últimas 24 horas a China reportou 78 novos casos, sendo quatro de contágio local e os restantes importados.
As 74 infeções importadas do exterior levantam receios de nova onda de contágio. Depois de 5 dias sem novas infeções locais, foi reportado um novo caso local, em Wuhan.
Os países mais afetados a seguir à Itália e à China são a Espanha, com 2.182 mortos em 33.089 infeções, o Irão, com 1.812 mortes num total de 23.049 casos, a França, com 860 mortes (19.856 casos), e os Estados Unidos, com 390 mortes (31.057 casos).
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.