O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, ordenou hoje o confinamento total da Índia, que tem 1,3 mil milhões de habitantes, durante três semanas para tentar conter a pandemia da covid-19.
"A partir da meia-noite de hoje, todo o país vai entrar em confinamento. Para salvar a Índia, para salvar cada cidadão", disse o chefe do Governo indiano numa declaração à nação transmitida pela televisão.
Modi alertou ainda que, se o país não conseguir cumprir o confinamento nos próximos 21 dias, sofrerá um atraso de 21 anos.
"Não há nenhuma outra forma de escapar ao coronavírus", avisou.
"Lembrem-se que mesmo um só passo fora de casa pode levar a grave doença do coronavírus para o vosso lar", disse.
As autoridades de saúde da Índia registaram até hoje 519 casos de infeção pela covid-19, dos quais 10 pessoas acabaram por morrer, segundo o mais recente balanço, divulgado hoje.
Os especialistas estimam que este número esteja muito subestimado devido ao reduzido número de testes realizados no segundo país mais populoso do mundo.
O líder nacionalista hindu apelou aos indianos que respeitem o distanciamento social e que fiquem em casa.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou mais de 386 mil pessoas em todo o mundo, das quais morreram cerca de 17.000.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
O continente europeu é aquele onde está a surgir atualmente o maior número de casos, e a Itália é o país do mundo com mais vítimas mortais, com 6.077 mortos em 63.927 casos. Segundo as autoridades italianas, 7.024 dos infetados já estão curados.
A China, sem contar com os territórios de Hong Kong e Macau, onde a epidemia surgiu no final de dezembro, conta com mais de 81.000 casos, tendo sido registados 3.277 mortes.
Vários países adotaram medidas excecionais, incluindo o regime de quarentena e o encerramento de fronteiras.