O presidente e cofundador da Altice, Patrick Drahi, disse hoje que a empresa fechou todas as suas lojas em França e 65% em Portugal devido às medidas de combate à propagação do novo coronavírus.
"Em França fechámos todas as lojas, fechámos 75% em Israel [...] e 65% em Portugal", afirmou Patrick Drahi, numa conferência telefónica a propósito dos resultados do grupo em 2019.
Para já, Drahi não vê grande impacto da pandemia do covid-19 em França, mas admite que tal poderá "impactar o ritmo de crescimento" no segundo trimestre, face ao primeiro.
As receitas da Altice Europe, que opera na área de telecomunicações e media, cresceram 5,5% em 2019, face ao ano anterior, para 14,8 mil milhões de euros.
Relativamente aos direitos de transmissão de jogos de futebol em França, Patrick Drahi adiantou que este é um assunto "que tem de ser discutido", já que o grupo pagou "seis meses de avanço" e, entretanto, as competições foram interrompidas devido à pandemia do novo coronavírus.
Questionado sobre a Huawei - tem sido noticiado que França poderá autorizar a empresa chinesa a operar em partes da infraestrutura 5G que não sejam centrais -, Patrick Drahi afirmou estar "muito contente" de usar a tecnologia daquela empresa, que considerou permitir ter "muito melhor qualidade" do que quando tinha a Nokia.
As receitas da Altice Portugal subiram 1,7% (36 milhões de euros) em 2019, face ao ano anterior, para 2.110 milhões de euros, invertendo a queda registada em 2018, divulgou hoje a dona da Meo.
"Após quatro trimestres consecutivos de crescimentos homólogos positivos, a Altice Portugal termina o ano de 2019 com crescimento de receita de 1,7%, fixando-se em 2.110 milhões de euros, invertendo uma queda de 67 milhões de euros registada em 2018", face ao ano anterior, refere o grupo, em comunicado.
"O último trimestre do ano foi muito marcante, com a receita a crescer 17 milhões de euros (+3,3%), a que acresce ainda uma clara tendência de sustentabilidade com aumentos consecutivos trimestre a trimestre ao longo do ano 2019", adianta a empresa liderada por Alexandre Fonseca.
O resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) "acompanhou a evolução extraordinária da receita e fixou-se em 832 milhões de euros", uma diminuição de cerca de 1% face ao ano anterior (840 milhões de euros).