A Área Metropolitana do Porto (AMP) vai alocar 1,5 milhões de euros para a compra de equipamentos que os hospitais que servem os 17 municípios considerem «mais urgentes» no combate à pandemia covid-19, revelou hoje à Lusa o presidente.
"Acertámos a afetação de uma verba de 1,5 milhões de euros, valor que vai ser gerido diretamente pela AMP sem a necessidade de uma estrutura burocrática. A verba será para aquilo que vier a ser necessário e identificado por cada um dos hospitais. Não se pode dizer que é 1,5 milhões para ventiladores ou 1,5 milhões para material, é uma verba para as necessidades urgentes e identificadas pelos hospitais", descreveu Eduardo Vítor Rodrigues.
O presidente da AMP, que falava à agência Lusa após uma reunião informal que decorreu por videoconferência com os 17 municípios que fazem parte desta entidade, avançou que esta verba será "um ponto de partida", sendo, especificou, "o dinheiro disponível após a aprovação do relatório de contas da AMP" e avançando que os municípios mostraram hoje "disponibilidade" para fazer, "numa segunda fase", um reforço com montantes dos seus orçamentos próprios.
Esta verba fica formalmente disponível no dia 03 de abril depois da reunião formal da AMP, mas Eduardo Vítor Rodrigues quer que "os hospitais façam já o seu trabalho de casa e identifiquem necessidades", de forma a agilizar o processo.
"Consideramos importante fazer ofertas de forma articulada e fazer o fornecimento daquilo que, em cada caso concreto, é mais necessário", frisou o também autarca de Vila Nova de Gaia.
No sábado, também após uma reunião informal, a AMP tinha revelado que vários municípios estavam disponíveis para criar um agrupamento de entidades adjudicantes com o objetivo de financiar a aquisição de material para responder às necessidades dos hospitais da região durante a pandemia de covid-19.
"Não estamos a falar de nos juntarmos para ir comprar máscaras. Estamos a falar de fazer um fundo, um agrupamento de entidades adjudicantes, composto pelos municípios que quiserem aderir. Não ficou fechado esse assunto, podem aderir todos ou não", explicou, à Lusa, o presidente da AMP.
Eduardo Vítor Rodrigues descreveu que um agrupamento de entidades adjudicantes "teria uma dificuldade no imediato", uma vez que teria de ser constituído, ter uma conta bancária, entre outros aspetos, sintetizados pelo autarca como "um lado burocrático que levaria tempo a cumprir".
"Assim até é, do ponto de vista da transparência, melhor. A AMP pode gerir a verba diretamente", concluiu.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da covid-19, já infetou perto de 428.000 pessoas em todo o mundo, das quais mais de 19.000 morreram.
Depois de surgir na China, em dezembro, o surto espalhou-se por todo o mundo, o que levou a Organização Mundial da Saúde (OMS) a declarar uma situação de pandemia.
Em Portugal, há 43 mortes, mais 10 do que na véspera (+30,3%), e 2.995 infeções confirmadas, segundo o balanço feito hoje pela Direção-Geral da Saúde, que regista 633 novos casos em relação a terça-feira (+26,8%).